20 de fevereiro de 2011

Dharma
Escritos por Débora

Aquele que deu a vergastada sofria mais
que o ferido
Aquele que fere
não sabe que a si mesmo está ferindo
Posso eu agora agir assim
devolvendo a vergastada
como se não soubesse
de meu consentimento
deliberado para o sofrer?


Posso agora fazer de conta
que não concordei
pois era o que eu optei viver?
E como posso agora
perder essa lacuna de tempo
lambendo feridas
que já foram cicatrizadas?


Posso deixar minha consciência de lado
para apenas e novamente
proteger-me de coisas que
não podem me fazer mal?


Ainda quero optar pela insensatez
das coisas pré- moldadas?
Ou quero libertar-me e libertar
para que a vida se renove em
movimentos intensos de júbilo
e fidelidade às coisas imorredouras?


Quero fazer da vida uma morada
lamentosa? Ou estou pronta para
saltar e deixar que a radiância
manifeste-se e plasme a substância?


Jamais houve caçador ou algoz
Eu fui os dois
e quando os percebi e os uni em mim mesma
num abraço àquilo que chamamos de sombra
o sol nasceu e tudo ficou iluminado.


Como agora faço,
acabou-se o senão,
acabaram-se as dúvidas.
Eram elas a ignorância
da existência de Deus


No auge da impotência humana
Encontrei em resposta
o meu Deus Interior
e me encontrei espírito
de pura potencialidade
e compreensão amorosa.


Mais plena, mais amorosa,
Mais consciente
Imensamente feliz.
Assim.

Débora
30.04.1999
11.35 horas
fábrica





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