5 de março de 2011

Fazendo as pazes com o tempo


Por Débora Evangelista



Mudar as coisas que são, é uma das pretensões da mente. Querer que faça Sol quando chove, frio quando está calor, calor quando está frio, é assim que a mente funciona para nos deixar incomodados e ocupados com alguma coisa que não seja apenas a realidade.
Enquanto isso acontece, a mente trabalha bastante em busca de soluções que nunca resultarão em sucesso. O sucesso aparente que a mente propõe é ilusório, enquanto batalhamos para mudar as condições do tempo, das pessoas e das situações, em nada estamos aproveitando do tempo presente. Assim, o próprio tempo passa e muda, condição natural de coisas, de pessoas e de clima.
Então, entender que a ordem natural das coisas independe de nossas pequenas vontades, é um ato de amor a si mesmo. Utilizar o tempo presente com aceitação e criatividade, sem que se force as situações para serem como não são, é uma saída inteligente. A armadilha aqui, é a importância que damos para determinados eventos, situações cotidianas. O Mestre sempre diz que aquilo que damos atenção, torna-se manifesto em nossas vidas.
Tal como um mantra, as situações cotidianas não aceitas e decodificadas como desagradáveis podem ser repetidas até que sejam aprendidas e então, em uma oitava diferente elas acontecerão novamente e saberemos como lidar com elas.
Quando a reclamação é um ritual, uma forma de torcida, uma tentativa consciente de desabafar com humor os descontentamentos, então isso também é uma forma de passar o tempo. E na medida das possibilidades, pode ser bem divertido, entendendo isso como uma espécie de brincadeira, o “sem querer, querendo”.
O importante é ter consciência do que se vive e optar pela forma mais agradável de se fazer isso. Assim, tudo estará em acordo com o tempo, até as nossas aprendizagens, insatisfações, prazeres, perdas e vitórias.