23 de março de 2016

De volta ao passado
Por Debora Evangelista




Existem momentos em que uma visita ao passado pode ser muito salutar. Faz com que você se sinta energizado pelos laços afetivos que construiu, pelas histórias e memórias de locais especiais que visitou e pelas pessoas que conviveu. O passado pode revelar a pessoa que você se tornou a partir daquelas vivências, pode lhe dar uma referência para escolhas neste momento, discernimento para evitar repetições, bagagem positiva de aprendizados. Algumas vezes você precisa sentar-se com um grande amigo, alguém que compreende a sua história e que sabe de todos os dissabores e de todas as vitórias que o trouxeram até aqui. Um amigo que já aceitou o seu jeito de ser há muito tempo, que foi cúmplice de histórias e confidente de segredos que hoje não valem de nada mas que são bons de recordar. Esse alguém que sabe como você funciona, que já esteve muito próximo de sua humanidade e mesmo assim o ama. Esta incondicionalidade da amizade, este caráter atemporal que uma amizade assim revela, pode ser um remédio excelente nas horas em que a realidade se torna pesada, chata, triste ou tediosa. Muitas vezes, o que você mais precisa é vasculhar estas memórias passadas que lhe ensinaram sobre a certeza de que depois de uma noite escura o sol sempre volta a nascer. Um momento sem necessidade de estar certo ou errado, sem o cinismo da pretensa autossuficiência, sem temer ser pequeno ou exagerado. Apenas ser... Ser ouvido, ser querido, acolhido e amado. O presente é o melhor tempo quando você está em paz com o seu passado. No fundo, o tempo existe como aprendizado e inúmeras são as possibilidades que emergem a partir desta conciliação. Elas se refletem para além daquilo que contamos como tempo e espaço. Lindo dia! 

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