Informe Consultório
Série Educação e Saberes para uma Nova Era
A modernidade e as virtudes
por Débora Evangelista
O que é correto e desejável é virtuoso, eleva, apraz e se expande como base de uma vida útil, bela e ajustada. Mas para que as virtudes sejam uma verdade no dia a dia de cada pessoa, há que se observar muito as reações intempestivas baseadas em modelos equivocados que normalmente são nutridos por conflitos, vícios e do nocivo hábito em defender excessivamente os próprios interesses a qualquer custo esquecendo-se do bem comum. A modernidade trouxe ao ser humano um cinismo violento que despreza e descarta as virtudes como se elas fossem um defeito, uma fragilidade, um estado ultrapassado nas relações e trocas. Há um tributo ao direito personalizado, aquele que pensa no "eu tudo posso", mas pouco se fala em deveres, aquele que pensa "será que devo?". A ilusão de que se pode comprar valores substanciais de vida como se fossem produtos, e que se tem direito sobre todas as coisas apenas por julgar-se com razão, acaba por corromper as relações que tem como base as virtudes como ponto de equilíbrio e civilidade. Processos de vida não são produtos a serem adquiridos. Tais processos são internalizados, processados, elaborados e depois compartilhados. Perceba que, bem no fundo, um meio avesso as virtudes e a ética é um meio pouco confiável e competitivo. Por meio deste mecanismo, o circuito de corrupção é aceito, retroalimentado pelo medo, pelas defesas, pela má-fé, pela terceirização da responsabilidade justificando todo e qualquer procedimento incorreto, tornando assim a sociedade infantil e à margem de suas reais potencialidades. Em algum momento, o indivíduo se esquece do real motivo de sua estada neste planeta e torna-se excessivamente agressivo ou indefeso. Lembre-se de que as virtudes encontram-se justamente no caminho do meio, no equilíbrio das polaridades, na temperança que o torna suficiente. Nem mais, nem menos. Apenas isto. Conecte-se a sua dimensão divina e perceba, as virtudes estão presentes e podem ser naturalmente compartilhadas. Lindo dia!
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