22 de março de 2009

Qualidade de Vida - Organizações

A importância da Gestão Comportamental
por: Débora Roberta Evangelista


Conforme caminhamos nos processos de evolução e aprendizagem, cada um de nós, de acordo com seu modelo mental, reage a determinados estímulos de modo muito diferente. Essas reações são chamadas de comportamentos e, na maioria das vezes somos “julgados” a partir deles. O comportamento valida nosso desempenho pois não somos analisados apenas pelo nosso conhecimento, mas principalmente pelas nossas ações e pelos resultados que elas provocam no meio em que atuamos e nas pessoas com quem convivemos.
“O comportamento é definido como o conjunto de
reações de um sistema dinâmico em face às interações e realimentações propiciadas pelo meio onde está inserido” Wikipédia
Possuímos mapas mentais cognitivos que auxiliam a navegação por todas as essas interações. Estes modelos funcionam como filtros e estão relacionados com as histórias, estímulos, contextos e aprendizagem vivenciados durante nossa vida.
Conforme as experiências evoluem, cada um de nós se vê obrigado a reciclar ou descartar esses modelos. Normalmente isso ocorre em situações de perda, estresse ou doença. Algo de fundamental muda as posições deste jogo e as novas regras pedem grandes transformações. Reagir da mesma maneira, ter o mesmo comportamento frente a múltiplas situações que acontecem, resulta na estagnação do processo criativo. A estagnação provoca a paralisia das forças criativas que sustentam um organismo vivo. A organização, tal qual a natureza e nosso copro, precisa de reciclagem e movimento.
Respostas diferentes às mesmas perguntas ou novas reflexões frente a novas propostas é vital para indivíduos e organizações.
Através das transações de seus colaboradores e negócios, as próprias organizações tedem a expressar necessidades e situações que requerem uma nova ordem.
A transformação exige muita coragem e boa vontade para abandonar comportamentos e hábitos arraigados que não funcionam mais. Voltar a ser aprendiz em algum ponto da vida mexe muito com o ego dos gestores e colaboradores. A maioria ainda prefere contar com o conhecido e com o conquistado, mas a era das receitas prontas e das posições eternas se foram e o novo cenário exige outras respostas.
Apesar da luta ser árdua para conquistar posições, uma forte mudança sempre traz o sentimento de que algo não deu certo, ou que os esforços na construção de uma carreira foram em vão.
Aqui, a inovação, a capacidade de renovar-se e de sustentar as novas realidades que se apresentam perante o grupo de trabalho são muito importantes. Os gestores que pretendem sucesso precisam ser criativos, flexíveis e ousados. Sobretudo necessitam desenvolver um feeling para fazer a leitura através dos comportamentos constelados por seus colaboradores durante os diversos processos de mudanças para evitar resistências, sabotagens, boicotes e outros derivados.
Essa leitura relacionada aos comportamentos e motivações de sua equipe auxiliará na gestão de pessoas e, aqueles que souberem fluir com todas as mudanças necessárias dentro dos novos contextos terão a capacidade de acompanhar o ritmo proposto.
Na era da informação e do conhecimento, onde tudo acontece com muita rapidez - inclusive os processos reativos e contrários a nova ordem- é preciso que haja essa predisposição para perceber a importância das pessoas e de suas colaborações nos processos.
As transformações no universo macroscósmico da organização afetam particularmente os indivíduos que fazem parte dela. Podemos perceber isso com clareza nos atendimentos e workshops ministrados. A devolutiva é sempre semelhante: “a empresa está implantando qualidade e eu estou fazendo um 5S na minha vida” ou este projeto trouxe tanta rivalidade no ambiente de trabalho que acabei ficando doente várias vezes durante o ano”.
Neste momento, os gestores devem estar muito atentos. De uma hora para outra a sua equipe pode estar envolvida numa verdadeira torre de Babel. Uma lacuna será aberta entre o passado e o futuro. Ele deverá estar preparado para desafios e terá que contar com a confiança de seu grupo mostrando que a instabilidade presente é na verdade, um grande presente para o desenvolvimento de novos saberes e ações.
Os conflitos poderão ser convertidos em conflitos criativos, novos desafios, capacidade de transcendência. Para isso o gestor e o grupo deverão trabalhar o domínio pessoal através do treinamento interior e fortalecimento de valores que lhes permitirão melhor desempenho e consciência das motivações pessoais e transpessoais que envolvem os processos.
Assim, a adesão dos colaboradores aos novos processos será realizada de forma criativa, natural e espontânea, onde cada indivíduo sentirá que é reconhecido e que poderá crescer como profissional e ser humano em uma ambiente de aprendizagem e realizações.