28 de fevereiro de 2009

" A humanidade só pode alcançar a neutralidade vivendo em luta com o bem e com o mal porque daí é que nasce justamente a neutralidade.
O ilusório conduz-me ao real, das trevas á luz, da morte à imortalidade. A imortalidade se acha na neutralidade. Bendita seja a morte aparente das coisas terrenas para a morte e ressurreição das coisas divinas" JHS

26 de fevereiro de 2009

Prece a Sete Direções Galácticas

Desde a Casa Leste da Luz
Que a sabedoria se abra em Aurora sobre nós
Para que vejamos as coisas com claridade
Desde a Casa Norte da Noite que a sabedoria amadureça entre nós para que conheçamos tudo desde dentro
Desde a Casa Oeste da Transformação que a Sabedoria se transforme em ação correta para que façamos o que tenha que ser feito
Desde a Casa Sul do Sol Eterno que a Ação correta nos dê a colheita para que desfrutemos os frutos do ser Planetário
Desde a Casa Superior do Paraíso Onde se reúnem a Gente das Estrelas e os Antepassados Que suas bênçãos cheguem até nós agora
Desde a Casa Interior da TERRA que o pulsar do Coração de Cristal do Planeta nos abençoe com suas harmonias para que acabemos com as guerras
Desde a Fonte Central da GALÁXIA que está em todas as partes ao mesmo tempo que tudo se reconheça como LUZ DE AMOR MÚTUO.
AH YUM HUNAB KUEVAN MAYA E MA HO! (Salve a harmonia da mente e da natureza)
A CULTURA GALÁCTICA VEM EM PAZ.

Bibliografia - Calendário Maya

25 de fevereiro de 2009

Era de Aquário

Qualidade de Vida Ideal no Ciclo de Aquarius
Débora Roberta Evangelista

Todos os seres humanos -conscientes ou não- buscam o tempo todo atingir a felicidade, o bem estar, a qualidade de vida. Este termo que hoje é tão utilizado vem trazer sérios questionamentos em relação ao ser humano e ao meio ambiente. A vida tem qualidade, quem desqualifica é o homem através de seus pensamentos, sentimentos, atitudes e palavras.
Somos co-criadores de nossa realidade e essa é uma verdade de que poucas pessoas estão conscientes.
A Eubiose que é uma escola que justamente trata da evolução do espírito na matéria e tem como significado uma vida boa, bela e ajustada, possui uma metodologia de conhecimento que propicia ao ser humano estar consciente de seu processo e realizar isso na prática, utilizando esse conhecimento em todas as suas vivências, permeando sua vida de uma qualidade inerente a tudo o que existe, ou seja, a Unidade faz-se na diversidade.
Se estamos aqui para transformar vida energia em vida consciência, precisamos de uma filosofia e prática de vida que nos permita aprender a qualificar as energias que recebemos afim de que possamos realizar de forma consciente nosso trabalho enquanto individualidade e grupo.
O processo de busca de qualidade assemelha-se ao processo de iniciação e podemos perceber que através do conhecimento e vivências do tripé iniciático: poder/amor/sabedoria ou escola/teatro/templo ou transformação/superação e metástase podemos acelerar e conscientizar as pessoas dos mais diversos setores a fazerem elas próprias o seu trilhar. Esse trilhar o próprio caminho e descobrir o equilíbrio da personalidade inspirada pela individualidade/espírito (ponte do antakarana) vai trazer a consciência do ser criativo, amoroso e integrado que existe dentro de cada um de nós. É a Presença Divina, o Deus ou Mestre Interior de cada um que deve expressar-se no Ciclo de Aquarius.
Mas para realizar Aquárius precisamos dar atualidade e entendimento às mazelas residuais do Ciclo de Peixes, onde o afetivo emocional foi trabalhado e o sistema de pensamento do ego baseou-se na luta pela sobrevivência onde "se o outro ganha eu estou perdendo" ( medo/escassez) ou "se eu ganho tem alguém perdendo" ( culpa).
O medo e a culpa precisam ser transmutados em Amor-Sabedoria que é a tônica de Aquarius.
A teurgia, que é a sétima tônica é a aplicação das ciências da vida que associada com as demais seis tônicas e devidamente conjugadas, podem ajudar o indivíduo ou instituição a realizar a ponte do antakarana, que é o proceso iniciático visando a integração espírito e matéria.
Elas se complementam e trazem ao indivíduo uma visão holística e integrada de sua vida, sua missão, suas relações e o torna totalmente responsável pelas suas criações, dando um novo entendimento às leis universais como as de ação e reação, polaridade, correspondência e etc.
O que se entende por cura é a correção da percepção de como as coisas funcionam. Reside no livre arbítrio de cada um continuar reativo ou tornar-se um ser criativo. Nos trabalhos que tenho desenvolvido, a metodologia eubiótica é aplicável em consultórios nas terapias individuais e grupais, em empresas e escolas, em cursos dos mais variados temas, pois esse conhecimento é inerente a tudo que existe.
O conhecimento eubiótico pode ser considerado uma liga que vai ajudar a unir todos os pedacinhos emaranhados e desconexos trazidos pela visão baseada no medo e na culpa. Vamos descobrir que somos um lindo mosaico e como o aguadeiro aquariano do arcano A Temperança, vamos unir as diferenças, conciliar os opostos, harmonizar.
A Teurgia, (que tem como simbolismo Saturno, que é relacionado a ciclos e ao tempo) pode ajudar na consciência e cura dos diversos processos registrados durante os ciclos. Entender a importância dos processos dentro da lei da polaridade e atualizar o passado seja individual ou coletivo através da transformação das tendências negativas em positivas trará com certeza a sublime ação geradora da Metástase Avatárica.

O tempo urge, estamos com tudo nas mãos. Quando percebermos que depende somente de nós e não do mundo externo... quando deixarmos de apontar o dedo ao outro e optarmos por sermos livres...Livres pensadores... Aquário estará dando seus primeiros sinais. Busque em sua atividade, em sua vida, em seu mundo, em todos os lugares, setores e sentidos aplicar a metodologia de conhecimento eubiótico e não deixe de lembrar de facilitar a linguagem aos que desconhecem o processo pois ele pode e deve ser entendido por todos.

"Reconstruir! É o brado universal! Sim, reconstruir o homem, o pensamento, a moral, os costumes; reconstruir a escola, o lar; reconstruir o caráter, ao mesmo tempo que se transmude o cérebro! O homem tem que ser educado segundo o sistema integral ou aquele que visa os três corpos de que o mesmo se compõe, isto é, o físico, para as funções perfeitas do organismo humano; a moral, para a formação do caráter, ou aquela que transforma a alma animal em divina; e finalmente, a intelectual, para o Espírito ou Inteligência " JHS



Você deseja conhecer mais sobre os ensinamentos eubióticos?
Acesse http://www.eubiose.com.br/

24 de fevereiro de 2009

Acupuntura na Terra

PROJETO LITOPUNTURA NA SERRA DA MANTIQUEIRA
(ACUPUNTURA NA TERRA)
Eliseu Mocitaíba – São Lourenço, MG

Assim como o corpo humano possui uma consciência, “meridianos de energia” e centros energéticos, que são os chacras, assim também o planeta possui os seus. No entanto, o progresso desordenado das cidades, tem causado graves agressões ao meio ambiente, assim como profundos distúrbios nos fluxos de energias sutis da Natureza, fundamentais para a sobrevivência do planeta e da vida em geral. São eles que mantém os níveis mais concretos, ou seja, aqueles que conseguimos perceber com os nossos sentidos físicos. Prejudicado esse fluxo de energias sutis, nosso mundo não se mantém num nível razoável de funcionamento. Foi, pois, tomando consciência desses fatos, que surgiu o Projeto Litopuntura na Serra da Mantiqueira, com base no Parque das Águas (Parque das Fontes) de São Lourenço, Minas Gerais, já que esta cidade possui um “vulcão” de correntes hidro-energéticas, que são alimentadas com uma força vital proveniente do Centro da Terra. Essas correntes hidro-energéticas, por sua vez, seguem o curso de quatro outras grandes correntes: o rio São Francisco, o rio Grande, o rio Jequitinhonha e o rio Doce, alimentando-os com a qualidade elemental da água, que, em seu curso inevitável, “energiza todos os demais rios da América do Sul”.
Como princípio maior, este projeto tem dois objetivos:
a) Equilibrar e fortalecer o sistema hidromineral de toda região sul-mineira, de modo a proteger as nascentes de águas, a partir dos seus níveis energéticos mais sutis;
b) O segundo objetivo é chamar a atenção da população para a importância desses níveis energéticos, não só para a nossa vida diária como para o meio ambiente de São Lourenço e o futuro dos próprios moradores. Pois, da mesma forma que em quase todas as partes do mundo, regiões semelhantes estão bastante desequilibradas em sua estrutura sutil, desequilíbrio que tende a aumentar com o crescimento das cidades e a indiferença das autoridades em geral, os danos causados à sutileza dessas áreas, terão conseqüências perniciosas, imediatas, na qualidade e na quantidade de suas fontes, esplêndida riqueza dada ao homem, gratuitamente, pela Natureza, e fator primordial de sobrevivência de toda a humanidade.
O Projeto Litopuntura em várias partes do mundo, é de responsabilidade do Sr. Marko Pogacnik, residente na Slovênia, escultor, com várias obras expostas tanto no Brasil como no exterior, e criador do SEMPAS, um órgão comunitário que liga a Arte e a Agricultura, à Vida cotidiana. Lançou o livro “Brasil: Uma Trilha Para o Paraíso”. Trata-se de um homem inteiramente preocupado com o bem-estar da Mãe-Natureza.
Este mesmo evento foi realizado em São Lourenço, como um processo de desobstrução e energização em pontos radiestésicos* da cidade, partindo do Parque das Fontes, para toda a cidade, estendendo-se pela região sul-mineira, com repercussão em todo o planeta.
O Projeto foi inspirado deste modo: certa vez, o Sr. Marko Pogacnik, alertado por um Deva que se apresentou à sua filha, pelo processo de “canalização”, identificou-se como sendo “Devos”, um “Anjo de Cura da Terra”, o qual pediu que o Sr. Marko procurasse uma cidade chamada São Lourenço, no Brasil, porque a mesma estava fadada, por vários problemas de ordem bio-energética, em plano extrafísico, de ficar estéril... Ou seja: desprovida do seu potencial energético. De certa forma este “sintoma”, dizemos nós, já vinha sendo percebido pelos moradores e pelos visitantes mais sensíveis, que reclamavam, e com razão, que as águas minerais de São Lourenço, “ultimamente andam sem gosto”...
Após laboriosa pesquisa, o Sr. Marko Pogacnik localizou, no Brasil, 61 cidades com o nome de São Lourenço. Sem saber a qual delas se dirigir, sua filha fez nova “consulta” ao “Anjo de Cura da Terra”, para saber de qual se tratava. Foi então informada que era uma estância hidromineral no Sul de Minas Gerais. Viajando para cá, após realizar um trabalho radiestésico da cidade, o Sr. Marko Pogacnik apontou o Parque das Fontes como o principal local de fluxo hidrovital da região, considerando-o mesmo o “coração” da cidade, além de outros pontos energéticos que a região de São Lourenço possui, assim como outras do Sul de Minas Gerais, exaltando em todas o poder curativo de suas águas minerais.
Em 1996, um primeiro contato a respeito foi feito com a administração do Parque das Águas, ou melhor, Parque das Fontes, mas não houve condições favoráveis para a realização do trabalho de “acupuntura” na terra, revitalizador das águas do Parque. Em 1997 porém, os astros foram mais favoráveis, e então o trabalho de “acupuntura” foi realizado.
Várias pessoas abnegadas formaram este Trabalho de Litopuntura, além dos cerimoniais como preparo para a revitalização das águas, promoveram encontros bio-ener-géticos, a fim de dar consciência às pessoas sobre a importância do equilíbrio fundamental da Natureza. O local previamente marcado pela Radiestesia foi o Parque das Fontes de São Lourenço e também outros pontos da cidade, como sendo locais (os “chacras”) da região que estavam em desequilíbrio. Esses lugares, apontados como tendo intenso poder energético, mantém, do mesmo modo, cada um deles, um Anjo Guardião, que visa dar sustentação à qualidade elemental da água e do meio ambiente. Nesses eventos, participaram pessoas, tanto da região de São Lourenço, Sul de Minas, como do Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o Sr. Marko Pogacnik, São Lourenço é o ponto de distribuição bio-energética para todo o planeta e também para o cosmos.
Tais trabalhos de Acupuntura na Terra, realizados em função do Parque das Fontes e de toda a região, foi devido a grande perda de energia que as águas de São Lourenço vinha sofrendo, devido aterros indevidos, construções irregulares em locais de extrema vitalidade elemental, calçamentos incorretos, esgotos sanitários impróprios, e desmatamentos. Tudo isto, em uma região de vital importância para o mundo... Sem contar com as “obstruções” perniciosas sobre as fontes hidro-energéticas da cidade. Em conseqüência dessas barbaridades, que causam o enfraquecimento das águas, estas “procuram” outros caminhos... Estavam perdendo seu poder de cura e até mesmo sua força (o gás condutor), para chegar à superfície, levando, inclusive, à região, a possibilidade de ficar sem suas águas milagrosas em futuro próximo.
O trabalho de Acupuntura na Terra, serviu para o reequilíbrio bio-energético da região, e, conseqüentemente, do país e do mundo, pois a área do Parque das Fontes estava em franco desequilíbrio ecológico, devido as vibrações caóticas próximas à Ermida, de passados distantes, mas que ganharam força com o descaso da cidade para com a sua riqueza maior, que são as águas minerais. Essa vibração caótica, que o radiestesista Marko Pogacnik aponta, vem de época remota, quando São Lourenço sequer possuía nome, pois era uma terra de ninguém. Naquele local, ou seja, próxima a Ermida, se realizavam rituais macabros, cujos efeitos deletérios podem perdurar ou mesmo se intensificar, caso ocorram acontecimentos contrários às Leis Divinas de preservação da Vida. Os aterros então feitos, por ocasião da construção da primeira capelinha de São Lourenço, levaram junto todo esse entulho macabro, reforçado com a construção, em áreas próximas, de casas e edifícios erguidos sobre pontos hidrovitais da cidade. Tudo isso, com o passar do tempo, trouxe a obstrução de canais importantíssimos, em forma de nascentes, ocasionando um desnivelamento do princípio vital entre a superfície, e as camadas mais profundas desta região vulcânica, embora não se tenha, ainda, perdido o princípio ativo curador da água.
Além dos eventos que foram realizados, com o objetivo de sustentar a necessidade da Natureza, prejudicada pelo crescente avanço de um progresso desumano, foram providenciados sete pilares de acupuntura, talhados em pedra (granito), em seguida espetados na terra em locais onde existem fontes de águas minerais. Três deles foram colocados no Parque das Fontes de São Lourenço, e os restantes em Lambari, Cambuquira, Caxambu, e Aiuruoca. Este último próximo à Fundação Matutu.
Deste ponto, ou seja, do Parque das Fontes e outros pontos da cidade, como um todo, partem, como já dissemos, quatro “canais energéticos”, os quais são os “distribuidores” desses princípios ativos, mantenedores da vitalidade de toda a América do Sul, para não dizer, do mundo inteiro.
Quais foram, então, as providências para se tornar efetivo o Plano de Sustentação Bio-energético da região? Cujo efeito só foi percebido por pessoas mais sensíveis.
Realizou-se um “Encontro Bio-energético”, em 11 de novembro de 1997, tanto no Parque das Fontes como na cidade em geral, com palestras e cerimoniais em vários pontos “radiestésicos” da cidade, locais onde se encontram os Devas Protetores do reino elemental da região. Tal “Encontro” teve o apoio e a participação de várias Organizações não governamentais (ONGs) e grupos diversos de esoteristas. Os cerimoniais consistiram em três círculos concêntricos formados pelos participantes, formando assim uma Mandala-viva, onde as pessoas pronunciavam uma vogal escolhida aleatoriamente, e, na execução sonora de Mantras individuais, com movimentos previamente estabelecidos, todos tinham, como função e objetivo primordial, desobstruir os pontos bloqueados, agindo como “saca-rolhas” humanos.
Num segundo “Encontro”, realizado em 23 de agosto de 1998, o grupo reuniu-se debaixo da linda catedral de bambu que a Natureza tão bem dotou o Parque das Fontes (das Águas), e ali o Sr. Marko Pogacnik fez uma palestra sobre Hidro-Energia, Acupuntura na Terra, Ecologia e Meio Ambiente, a qual foi assistida por várias pessoas, autoridades e representantes de ONGs. Em seguida realizou-se um cerimonial próximo à Ermida, dentro do mesmo contexto do “Encontro” anterior, com a finalidade de limpeza e desobstrução dos canais vitais de sustentação, que ali estavam bloqueados.
No dia seguinte, 24 de agosto de 1998, foram colocados, dentro do Parque das Fontes, três pilares de granito (punções), em cujas pedras foram esculpidos Cosmogramas** relacionados à Bandeira do Brasil, a fim de que neste local se realize um efeito Balança, ou seja, efeito equilibrante entre estes pontos vitais e a região. Foram colocados: um pilar no Parque 2, que canaliza energias elementais do Interior da Terra para o Cosmos. Outro perto da Fonte Oriente, que traz a energia do Cosmos para o Interior da Terra, e o terceiro, agindo como fiel da “Balança Cósmica”, transforma a descompensação hidrovital, em harmoniosa radiação pendular, entre os dois pontos, resultando disso um equilíbrio do meio ambiente, e compensação ecológica da Serra da Mantiqueira.
Em última análise, a principal finalidade do projeto LITOPUNTURA, é, pois, exaltar, proteger e sustentar esta explêndida nascente do poder de vida das águas de Minas Gerais, localizada na Serra da Mantiqueira.
Se analisarmos bem, em todas as civilizações sempre existiu um centro orográfico servindo de ponto de referência e propagação de valores energéticos, em todas as direções, atingindo mesmo os mais longínqüos centros populacionais da Terra, e influenciando extraordinariamente, desde os menores critérios de vida, até as maiores decisões de ordem político-administrativa e também social, alterando, muitas vezes, diametralmente, todo um modo de viver. Estes centros sempre ficam dentro das linhas bio-energéticas do planeta, por isso levam muito tempo até que comecem a sofrer o impacto dos desajustes humanos.
Tudo nos leva a crer que São Lourenço seja, pelo que foi exposto, de fato um centro orográfico, de hidrovitalidade, pelo poder curativo de suas águas, pelo complexo e sutil poder místico-terapêutico de sua atmosfera, proporcionando, desse modo, a reabilitação física das pessoas, e o descanso psíquico-mental aos seus visitantes estressados e extenuados pela desvitalização hoje cada vez mais forte, nas grandes cidades.
Muitos problemas de saúde podem ser amenizados ou mesmo curados pela estada na cidade de São Lourenço, nos passeios ao Parque das Fontes, e no uso de suas águas medicinais, promovendo, assim, alívio e recuperação aos males, tanto do físico, como da alma e do espírito. Esta cidade, sustentada pela litográfica e inusitada formação vulcânica de seu subsolo, promove, em todos, indistintamente, através das águas de suas sete diferentes fontes, a recuperação das energias perdidas no decorrer da vida.
Entendemos, pois, com absoluta certeza, que por repercussão, as cidades à volta de São Lourenço participam, também, deste policrômico poder hidrovital, cada uma delas proporcionando um fluxo energético particular, sustentado por valores do próprio local, mas que fazem com que cada pessoa vivencie, particularmente, a essência hidro-energética da região, realizadora e construtiva, formando assim, com o tempo, um novo edifício humano, através de um meio ambiente sadio e equilibrado.


* Radiestesia: Capacidade de sentir, perceber e diagnosticar as radiações.
** Cosmograma: Mandalas (círculo) sinzeladas em pilares de granito, com a finalidade de serem orientadoras cósmicas, a fim de conduzir, influenciar e dar manutenção ao meio ambiente, em níveis energéticos, de percepção astromental, através do poder vital a que elas se propõem.

Fontes pesquisadas:
“O Verdadeiro Caminho da Iniciação”, do Prof. Henrique José de Souza;
“A Doutrina Secreta”, de Helena Petrovna Blavatsky;
“Curar a Terra” e “Brasil: Uma Trilha Para o Paraíso”, de Marko Pogachik
“As Terras Sagradas do Brasil”, do autor desta matéria, no prelo.

23 de fevereiro de 2009

Trecho de Livro -

A quilo que a morte não pode tirar
de você é o único tesouro verdadeiro;
aquilo que pode ser tirado por
qualquer um não é um tesouro -
você está sendo simplesmente sendo
enganado. A sua preocuapção
exclusiva deveria ser: cuidar e
proteger aquelas qualidades que você
pode levar consigo quando a morte
destruir seu corpo, sua mente -
porque essas qualidades serão os seus
únicos companheiros de eternidade.
Elas são os únicos valores
verdadeiros; e as pessoas que as
alcançam, somente estas estão vivas;
as outras , já estão mortas e apenas
fingem viver.

Rajneesh

22 de fevereiro de 2009

Histórias Zen

Auto- Aceitação

Você não pode ser outro além de você mesmo. Então relaxe! A existência necessita de você tal como é.

Ouvi contar:
Um rei foi a seu jardim e encontrou árvores, arbustos e flores definhando e morrendo.
O carvalho disse que estava morrendo porque não podia ser tão alto quanto o pinheiro. Voltando-se para o pinheiro, descobriu que estava murchando porque era incapaz de dar uvas como a parreira. E a parreira estava morrendo porque não podia desabrochar como a roseira.
Então ele encontrou uma planta, o amor-perfeito, florida e viçosa como nunca. Indagando, recebeu esta resposta:
" Assumi que quando você me plantou, você queria um amor-perfeito. Se quisesse um carvalho, uma parreira ou uma roseira, você as teria plantado. Então pensei: " Como não posso ser outro além de mim mesmo, tentarei sê-lo da melhor maneira possível"


Você está aqui porque esta existência necessita de você tal como você é! Senão outra pessoa estaria aqui. Você está preenchendo algo muito essencial, muito fundamental, como você é.
Por que você deveria ser um Buda? Se Deus quisesse outro Buda, ele teria produzido tantos quanto quisesse. Ele produziu somente um e foi o suficiente. Desde então não produziu nenhum outro Buda ou cristo. Em vez disso ele o criou. Veja só o respeito que o universo tem por você! Você foi escolhido - não Buda, Cristo, Krishna.
O trabalho deles está feito; eles contribuíram com sua fragrância para a existência. Agora você está aqui para contribuir com a sua.
Simplesmente olhe para você mesmo. Você só pode ser você mesmo... não há possibilidade de ser outra pessoa. Você pode apreciar isso e florescer, ou condenar isso e definhar.

Take it easy - OSHO
Vol.2 -pags. 101.103

21 de fevereiro de 2009

A história do bambu chinês
autor desconhecido

Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada por aproximadamente 5 anos, exceto um lento desabrochar de um diminuto broto a partir do bulbo.
Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu,mas... uma maciça e fibrosa estrutura de raiz que se estende vertical e horizontalmente pela terra está sendo construída.
Então, no final do 5º ano, o bambu chinês cresce até atingir a altura de 25 metros.

Um escritor de nome Covey escreveu:


"Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês. Você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e às vezes não vê nada por semanas, meses ou anos. Mas se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5.º ano chegará, e com ele virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava..."

O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos e de nossos sonhos... Em nosso trabalho especialmente, que é um projeto fabuloso que envolve mudanças de comportamento, de pensamento, de
cultura e de sensibilização, devemos sempre lembrar do bambu chinês para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão.

Procure cultivar sempre dois bons hábitos em sua vida: a Persistência e a Paciência, pois você merece alcançar todos os seus sonhos..!!!

"É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão."

20 de fevereiro de 2009

Trecho de Livros





Vejam como a consciência aquariana começa a dar seus ares nos ambientes corporativos. O coletivo funciona a partir do indivíduo. Pratique você também essa ideía e observe os resultados em seu grupo.




VISÃO COMPARTILHADA


"...Uma visão compartilhada não é uma idéia que está nas cabeças das pessoas, mas sim uma força entranhada no coração das pessoas.
A visão compartilhada é essencial para a organização que aprende, pois fornece o foco e a energia para a aprendizagem.
Segundo Senge, a visão é realmente compartilhada quando todos têm a mesma imagem e assumem o compromisso mútuo de manter esta visão, não só individualmente, mas em conjunto. Quando realmente uma visão é compartilhada as pessoas, sentem-se conectadas, ligadas por uma aspiração comum, elas resultam de um interesse comum. E uma das razões pelas quais as pessoas buscam visões compartilhadas é o seu desejo de se sentir conectada a um empreendimento importante.
Visão hoje é um conceito familiar em liderança na empresa. Mas em muitas organizações, analisando-se detalhadamente, observa-se que na maioria das vezes a visão é na verdade a visão de uma pessoa, ou grupo , impostas na organização. Tais visões têm na melhor das hipóteses, aceitação e não comprometimento. Uma visão compartilhada conta com verdadeiro comprometimento de muitas pessoas, pois reflete a visão pessoal de cada uma delas."



19 de fevereiro de 2009

Anti Estresse

De segunda a sexta precisamos cuidar de manter nossa energia equilibrada. Os dias de trabalho são os mais propensos a episódios de estresse. Seguem abaixo algumas visualizações a serem feitas de manhã ao acordar ou ao chegar no local de trabalho.
Criei estas visualizações e durante um longo período em minha empresa, usamos estas visualizações em grupo todas as manhãs no momento de oração comum.
Foi uma experiência interessante e funciona. Boa sorte!

Visualizações
por Débora Roberta Evangelista


Segunda: Hoje vamos nos concentrar na luz dourada. Deixar que ela penetre nossos corpos, nossos corações, trazendo-nos amor e sabedoria, compreensão para todas as coisas que nos acontecem. Deixem que essa luz esteja com você todos os momentos de seu dia e irradie a qualidade desta luz a todos os que estiverem com você. Hoje, trabalhe o amor e a compreensão.Repita mentalmente comigo: “Sou uma pessoa amorosa e compreensiva. Tenho paciência com o outro e comigo mesmo. Sei que o melhor me acontece todos os dias”


Terça : Hoje vamos trabalhar com a luz rosa. Deixe que ela penetre nossos corpos, corações, trazendo-nos amor, inteligência, discernimento, serenidade e paz. Irradie essas qualidades de paz e serenidade da luz rosa durante todo o seu dia. Seu dia será perfeito, repleto de paz, de força e determinação.Repita mentalmente comigo: “Todo o meu ser e meu coração estão serenos. Só há paz, só há amor, só há serenidade em mim.Estou repleto de paz e discernimento e por isso mesmo estou pronto para tudo o que o dia me oferecer de bom.Obrigada Universo por eu existir”

Quarta: Imagine que uma luz branco cristal banha todo o seu ser. A luz branca é uma luz de qualidade de harmonia, purificação, de ascensão.Visualize todo seu corpo purificando-se, limpando-se de todas as imperfeições, dores, mágoas e ressentimentos. Torne-se apenas uma luz branco cristalina pura. Agora imagine toda essa sala com essa luz, toda nossa cidade, nosso país e nosso planeta. Agora, lentamente vá voltando para o lugar onde você está e repita metalmente comigo:” Eu sou o que sou. Eu estou bem. Me sinto feliz e pronto para fazer deste dia o melhor dia que eu puder fazer.”

Quinta : A luz verde é uma luz que tem como qualidade a cura, a saúde. Vamos visualizar essa cor verde em todos nós, no nosso ambiente de trabalho, na nossa cidade, no nosso planeta. Vamos levar a cor verde a todos os nossos amigos que apesar de não os conhecermos são nossos parentes aqui no planeta.Vamos levar essa luz verde a todas as pessoas que estão doentes, confusas, desesperadas. Vamos também levar essa luz a todos os médicos, a todas as pessoas que se dedicam a arte de curar o próximo. Que eles tenham força, competência e discernimento para ajudar os que precisam deles. Vamos agora trazer essa luz verde até nossos corpos e também beneficiarmo-nos com ela. Vamos nos curar de todos os males físicos, psíquicos e espirituais. Agora,repita mentalmente comigo: “Sou forte, sou saudável. Estou aberto a tudo que há de bom no mundo. Todos os dias, em todas os momentos estou sempre bem e feliz”

Sexta: Luz vermelho rubi e dourado é uma luz que traz para nós a energia da fé. Acreditar em si mesmo e no universo. Acreditar no nosso ideal de vida. Vamos imaginar que essa luz vermelho rubi e dourado está em nossos corações e sentimos muita confiança, muito amor e compaixão por todas as formas de vida, independente do que
os outros tenham feito. A nós só cabe a compaixão e a compreensão. Repita lentamente comigo: “Eu respeito outras formas de vida e meus amigos, como também respeito meu próprio espaço e tempo. Eu sei que cabe a mim a forma como realizo as coisas.Hoje eu serei mais fiel às minhas idéias, serei criativo e farei com que hoje seja o começo de um amanhã bem melhor”
No Sábado você pode visualizar a luz violeta e no Domingo a luz azul.

18 de fevereiro de 2009


18/02/2009 - 08h03
Cometa se aproxima e será visível da Terra na próxima semana

Publicidade da Associated Press



O Lulin, um cometa esverdeado descoberto há dois anos, terá sua aproximação máxima da Terra na madrugada de segunda-feira para terça-feira (23 e 24) e poderá ser visto com ajuda de binóculos. Ele estará a cerca de 60 milhões de quilômetros, menos da metade da distância entre Terra e o Sol.
O cometa é verde por causa da estrutura de seus compostos de carbono e porque têm cianogênio, um gás tóxico.
Sua órbita, ao contrário do que ocorre na maioria dos cometas, é no sentido horário. Esta é a primeira passagem de Lulin perto do Sol, dizem astrônomos, porque ele ainda preserva a maior parte dos seus gases. Quando ele se aproximar da estrela, o chamado "vento solar" deve varrer esses gases, formando a cauda do cometa.

Jack Newton/Arquivo Pessoal



16 de fevereiro de 2009

Trecho de Livros


A Educação na Nova Era
Alice Bailey


O DESENVOLVIMENTO CULTURAL DA RAÇA
CIVILIZAÇÃO E CULTURA

Muita ênfase tem sido dada hoje ‑ à educação ‑ coorde­nadora, relacional, psicológica, vocacional e aparelhadora. A isto deve ser acrescido o velho método de treinamento da memória e a tentativa, seja de infundir religião na mente de uma criança, ou omiti‑la com resolução e intenção. A educação tem sido primordial­mente competitiva, nacionalista e, por isso mesmo, separatista. Tem preparado a criança para considerar os valores materiais como os de maior importância e para crer que sua nação particular é também da maior importância e que todas as outras nações são secundárias; alimentou o orgulho e encorajou a crença de que ela, seu grupo e sua nação são infinitamente superiores a qualquer outro povo ou outras raças. Foi ensinada, conseqüentemente, a ser uma pessoa unilateral, com seus valores mundiais erradamente ajustados e suas atitudes na vida assinaladas por ambigüidades e preconceito. Os rudimentos das artes lhe são ensinados a fim de capacitá‑la a fun­cionar com a eficiência necessária numa organização competitiva e no seu ambiente particular vocacional. Ler, escrever e ser capaz de somar e resolver a aritmética elementar são considerados como o mínimo requerido; conhecer algo dos acontecimentos passados ‑históricos, geográficos, literários, filosóficos e científicos ‑ são igualmente acrescentados em muitos países e para certa classe de gente. Algo da literatura do mundo é também trazido à sua aten­ção.
O nível geral da informação mundial é alto, mas freqüente­mente dúbito, influenciado pelos preconceitos, quer nacionais, quer religiosos, servindo assim para fazer de um homem um cidadão de seu próprio país, mas não um ser humano de relacionamento mun­dial. A cidadania do mundo não é enfatizada. O ensinamento con­ferido estimula a consciência de massa latente da criança e evoca a memória (racial e individual) por meio da divulgação de fatos ‑ fa­tos não correlatos ‑ a maioria deles não relacionada com a vida cotidiana. Esses fatos poderiam servir (se usados como pensamen­tos‑semente na meditação e tecnicamente empregados) para reco­brar, daquela consciência da raça e da memória racial não apenas a história nacional, mas também a história do passado. Menciono isso para realçar o perigo de tal ênfase excessiva sobre o passado, pois se isso fosse feito em larga escala, resultaria desastroso; atri­buiria um prêmio aos ideais e objetivos nacionais e raciais, e con­duziria rapidamente à cristalização racial e à senilidade ‑ metafori­camente falando. Um exemplo de tentativa nessa direção foi visto levado a cabo na Alemanha, e em menor escala na Itália; culminou no Eixo. Felizmente, pode‑se confiarem que a maré da vida na juventude de qualquer nação sacuda o pensamento da raça numa direção melhor do que a evocação da assim chamada glória passada e a ênfase nas coisas que deveriam ser deixadas para trás.
Gostaria aqui de ampliar um pouco a interpretação das muito usadas palavras (freqüentemente também mai usadas): cultura e civilização. A produção de alguma forma da cultura ‑ material ou espiritual, ou material e espiritual ‑ é o objetivo de toda educação.
A educação é o maior agente no mundo.

15 de fevereiro de 2009


"Encontramos nos outros aquilo que está em nós. Se achamos sempre lama à nossa volta, é porque há lama em algum lugar de nós."

Tesouros de Luz - A Mãe

14 de fevereiro de 2009

Histórias Zen





Consciência


Sempre que você perceber que está agindo insconscientemente, pare, não seja um robô, não aja à partir do ego. Tome uma xícara de chá, acorde - e então aja com consciência.



O chá é um símbolo zen, o qual significa consciência, pois torna você mais alerta e consciente. Ele foi inventado pelos budistas, e por séculos eles o usam como um auxílio à meditação. E o chá ajuda.
Conta a história que Bhodidharma estava meditando em uma certa montanha na China, chamada "Ta". De "Ta" vem o nome "chá". essa montanha podia ser pronunciada como " Ta" ou "Chá", por isso, na Índia o chá é chamado de "chai" ou "cha".
Bodhidharma estava meditando ... ele era realmete um grande meditador; gostava de meditar por 18 horas, mas isso era difícil. Muitas vezes se sentia sonolento, e suas pálpebras se fechavam repetidamente; assim ele as cortou e as jogou longe. Agora, não havia qualquer possibilidade de fechar os olhos.

A história é linda - aquelas pálpebras se tornaram as primeiras sementes de chá e uma planta nasceu delas. Com essa planta Bodhidarma preparou o primeiro chá no mundo, e ficou admirado ao perceber que se pegasse as folhas e as bebesse, podia permanecer alerta por períodos mais longos. Assim, por séculos, as pessoas que praticam o zen bebm chá, o qual se tornou algo muitíssimo sagrado.

OSHO - Neo taro

13 de fevereiro de 2009

Portais e Afins








Evidência de Sincronicidade no Céu
de 14 de Fevereiro 2009
por: Débora Roberta Evangelista

Tenho recebido diversos e-mails trazendo a notícia de que o céu do dia 14 de fevereiro possuirá
alguns aspectos que indicam o início da Era de Aquário.
De todo, seria mais um portal publicado e veiculado por canalizadores na Internet. Porém o que enfatizou e tornou esse evento digno da atenção de nossa comunidade é que coincidentemente existe uma música que fala da Era de aquário, composta há cerca de 40 anos e evidenciando esses aspectos: Lua na casa sete e Júpiter alinhado com Marte prevendo uma época de paz e harmonia.
" ...Quando a Lua estiver na sétima casa e Jupiter se alinhar com Marte, então a PAZ guiará os planetas e o Amor varrerá as estrelas "
A nossa humanidade precisará sempre de uma constatação, da validação de alguma idéia ou energia através de um fato, de uma sincronicidade, do aval de um evento físico explicando o cósmico.
Independente de ser esta ou não a grande data da Era de Aquário, estas sincronicidades entre céu, terra e humanidade devem ser consideradas como "coincidências significativas" e não devem ser desprezadas, podendo ser utilizadas por todos nós através da harmonização interna com este evento.
O céu em seu eterno movimento e simbologia, oferece todos os dias aspectos e energias que podem ser traduzidos como alguma saída ou resposta criativa aos nossos conflitos terrenos.
E esse fato independe de acreditarmos ou não nestas energias.
Elas atuam sobre nós e pronto! O que poderá ajudar a nossa humanidade será aprendermos a usar conscientemente estas energias e eventos celestes para co-criar harmonia e paz através do enetendimento dos ritmos e ciclos de vida.
Hoje, todos estamos coletivamente buscando integrar e viver estas energias transformadoras.
Para isso, nossa humanidade terá que parar de olhar somente para a Terra, ousando olhar o Céu e todo o Universo à sua volta, utilizando-se destes dois recursos, unindo dentro de si mesmo - a partir de sua intuição e inteligência – céu e terra muita coisa importante poderá acontecer.
Neste momento, cada um de nós estará pronto para construir a Era de Aquarius onde cada ser humano expressará a sua essência com beleza, harmonia e amor. Fique ligado e aproveite a sincronicidade!

12 de fevereiro de 2009


As afirmações transfiguradoras de Cristo


Eu sou o que sou!
Eu sou a porta aberta que nenhum homem pode fechar.
Eu sou a luz que ilumina todo o homem que vem ao mundo.
Eu sou o caminho.
Eu sou a verdade.
Eu sou a vida.
Eu sou a resssureição.
Eu sou a ascensão na luz.
Eu sou a satisfação de todas as minhas presentes necessidades e carências.
Eu sou a matéria abundante derramada sobre toda a vida.
Eu sou a visão e a audição perfeitas.
Eu sou a manifesta perfeição do ser.
Eu sou a ilimitável luz de Deus evidenciada por toda a parte
Eu sou a luz do santo dos santos.
Eu sou um filho de Deus.
Eu sou a luz na sagrada montanha de Deus.

11 de fevereiro de 2009

LENDA ORIENTAL
autor desconhecido

Conta uma popular lenda do Oriente Próximo, que um jovem chegou à beira de um oásis junto a um povoado e aproximando-se de um velho perguntou-lhe:
- "Que tipo de pessoa vive neste lugar?
- "Que tipo de pessoa vivia no lugar de onde você vem?" - perguntou por sua vez o ancião.
- "Oh, um grupo de egoístas e malvados. - replicou o rapaz
- Estou satisfeito de haver saído de lá."
A isso o velho replicou:
- "A mesma coisa você haverá de encontrar por aqui."
No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis
para beber água e vendo o ancião perguntou-lhe:
- "Que tipo de pessoa vive por aqui ?"
O velho respondeu com a mesma pergunta:
- Que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem?
O rapaz respondeu:
- "Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las".
- "O mesmo encontrará por aqui"- respondeu o ancião.
Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou
ao velho :
- "Como é possível dar respostas tão diferente à mesma pergunta?
Ao que o velho respondeu:
- "Cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive.
Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou,
não poderá encontrar outra coisa por aqui.
Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará
aqui porque, na verdade, a nossa atitude mental é
a única coisa na nossa vida sobre a qual podemos manter
controle absoluto".

Infunda em si mesmo a idéia do sucesso.
O primeiro requisito essencial a todo homem para encontrar uma vida digna de ser vivida, é ter uma atitude mental positiva.

10 de fevereiro de 2009

"Uma gota de prática é melhor que um oceano de teorias, conselhos e boas resoluções."

Tesouros de Luz - A Mãe

9 de fevereiro de 2009


“Aprende a sorrir sempre e em todas as circunstâncias; sorrir de tuas tristezas, bem como de tuas alegrias, de teus sofrimentos, bem como de tuas esperanças, porque no sorriso há um poder soberano de auto-domínio.”

A Mãe - Tesouros de Luz

8 de fevereiro de 2009


"Qualquer caminho é só um caminho e não há ofensa nem a nós mesmos, nem aos demais em deixá-lo, se é isso o que o seu coração lhe diz. Tente o tantas vezes quando o julgar necessário. Então formule-se a si mesmo e somente a si mesmo uma pergunta... Esse caminho tem coração? Se tem o caminho é bom, se não tem, não serve".
Castaneda

7 de fevereiro de 2009

Trecho de Livros

A libertação pessoal da má prática universal
Trecho do livro " O despertar da consciência mística"
Joel S. Goldsmith

Na primeira hora depois de acordar de manhã, instale-se no reino de Deus. Decida-se como viver no "esconderijo do Altíssimo", enquadrando-se na lei de Deus. Agradeça a Deus nas orações pelos seus inimigos, ao aprender a não praticar o mal, isto é, ao aprender a não ver os erros que abundam nos seres humanos a seu redor, mas antes abstendo-se de praticar o mal olhado através da aparência humana para a divindade que está bem aqui.
Trabalho verdadeiramente protetor é a percepção de que somente Deus é poder e que o que aparece para nós - quer seja crença na infecção, ou contágio, uma crença em doença hereditária ou traços hereditários, uma crença em astrologia ou uma crença de qualquer natureza - existe apenas como crença universal. Impersonalize essas crenças. Não culpe qualquer pessoa, grupo de pessoas, raça, nacionalidade ou religião por elas. O que você personaliza, de algum modo voltará para você mesmo, porque em última análise há apenas um eu. Aquilo que você atribui a outra pessoa, você estará atribuindo a si mesmo até que se torne seu próprio arauto.
Milagres ocorrem quando você já não mantém as pessoas em servidão a qualquer crença que as esteja obrigando. O ver pessoas de mau temperamento simplesmente como vítimas da crença universal tende a libertá-las, porque você não a está personalizando e praticando o mal. Seus conceitos errôneos constituem uma forma de malversação.
Compreenda que tudo o que você ouve no rádio, vê na televisão ou lê nos jornais é o "braço da carne". Não tem poder e você não precisa temer o que o homem mortal pode fazer, porque ele tem apenas poder temporal, que não é poder diante de Deus.
Você tem o Senhor Deus Onipotente, o Todo-Poderoso, o único Poder. Portanto, não há poder em todos os rumores de infecção, contágio, guerras e acidentes. Se você rejeita essas informações do mal no mundo, quando alguém diz "eu estou com gripe" ou " eu estou com pneumonia" ou ainda "eu estou com câncer", você saberá mais do que isso. Você responderá prontamente: " Oh, isso não tem poder. Isso não é de Deus. Portanto, não pode durar."
Em vez de esperar que alguém lhe conte algum erro pessoal, você podia livrá-lo desta experiência, gastando a primeira meia hora da manhã na compreensão de que toda a desarmonia humana pertence à atividade do espírito carnal ou mortal, que não é um espírito. Não tem a lei de Deus. Não tem poder, porque não é determinado por Deus. Imediatamente, impersonalize e reduza-o a nada.

A Natureza do Trabalho protetor

Quando há rumor de uma epidemia no ar, mesmo que você não tenha ouvido falar nada sobre ela, mesmo se seu rádio e sua televisão estiverem desligados e você tiver deixado de ler os jornais, ela conseguiria se transmitir a você sem seu conhecimento consciente. Muitas pessoas dizem: " Isso me aconteceu inesperadamente" ou " Eu não estava pensando nisso e no entanto aconteceu". O mal de toda e qualquer natureza age invisivelmente como uma crença em dois poderes e, porque é uma crença universal, age universalmente na consciência humana. Quando você não a rejeita mais conscientemente, acaba se tornando vítima dela.
É necessário começar todo dia com uma forma de compreensão espiritual que foi chamada de trabalho protetor. Este trabalho é provavelmente a parte mais importante de todo o seu trabalho no caminho Infinito. Se você se proteger suficientemente, terá muito menos necessidade de ajuda espiritual para vencer algo, porque evitará aquelas coisas que a maioria das pessoas comumente têm que vencer. O trabalho protetor não é uma proteção de alguma coisa ou de alguém. É um trabalho protetor no sentido de proteger a gente da ação da crença universal.

Qualquer que seja o pecado, a doença, a necessidade, a limitação, a tempestade, a guerra, a infecção ou o contágio que possa ocorrer durante todo o dia, é na verdade a ação da crença universal, o espírito carnal, o disfarce da ilusão. Porque esta crença universal em uma individualidade e em um poder á parte de Deus não é ordenada por Deus, não tem ninguém em quem, sobre quem ou através de quem operar. Não tem poder nem lei. Em verdade, não é um "ele". É uma aparência, uma ilusão. É simplesmente uma crença que deriva seu poder aparente da aceitação e eu, por isso, a rejeito.


Eu rejeito conscientemente a crença de que haja qualquer poder, exceto o de Deus, do espírito. Eu rejeito conscientemente a crença de que há uma lei material ou mental, porque Deus é Espírito e Deus é a única lei e o único legislador. Portanto, toda a lei deve ser espiritual...

6 de fevereiro de 2009


Lúcifer
A Estrela da Manhã

por: Débora Roberta Evangelista
Corroborando outras opiniões, o Glossário Teosófico de Helena Blavatsky diz que Lúcifer é a Estrela da Manhã, o planeta Vênus, e literalmente a palavra significa O Portador da Luz. Rejeita a atribuição a Lúcifer dos defeitos do orgulho e da arrogância que o cristianismo lhe imputou, nem diz que ele é a origem do mal e tampouco o identifica com o diabo e similares, que considera produtos apenas da imaginação humana sem existência autônoma real. Blavatsky faz notar, como já foi dito acima, que o próprio Cristo, no Apocalipse (cap. XX, 16) chama a si mesmo de "Estrela da Manhã". Mas o nome também esconde uma multiplicidade de significados alegóricos, dos quais talvez o mais importante é sua identificação com Manas, a Mente dual, a inteligência espiritual que habita em todos os homens, que tanto condescende voluntariamente em cair na matéria como é o agente que foge por si mesmo da animalidade e resgata-se para uma vida superior, sendo ao mesmo tempo o Tentador e o verdadeiro Redentor interno de cada um.


Quando percebermos o enorme jogo de palavras e espelhos que nossa humanidade está enredada, e quando estivermos fartos de todos os paradigmas religiosos e místicos, então um novo tipo de humanidade nascerá, apta a cumprir a sua real missão que, longe de necessitar salvar-se deverá apenas reconhecer-se. Concluímos que a armadilha seja acreditar que justamente a energia que poderia ser a do redentor interno de cada um de nós, tem sido traduzida e considerada como a origem de todo o mal, pois ela vem como uma rebeldia que tenta o ser humano a libertar-se do julgo da culpa e do medo.
Aqui, não se trata de martirizar ou salvaguardar Lúcifer, mas de entender como se procedem as alegorias e os arquétipos e como eles foram manipulados por diversos interesses e grupos poderosos baseados no pensamento do ego, na exploração do ser humano e na luta pelo poder.
Guardar para si mesmo as fontes e sabedoria para manipular a massa ingênua e ignorante foi a estratégia usada durante milênios por determinados grupos.
Orar e vigiar é importante neste ciclo, afinal nem tudo que reluz é ouro e nada é o que parece ser.

5 de fevereiro de 2009


No tempo em que o doce não era pecado


por: Débora Roberta Evangelista



*Pecado - No hebraico e no grego comum, as formas verbais (em hebr. hhatá; em gr. hamartáno) significam "errar", no sentido de errar ou não atingir um alvo, ideal ou padrão. Em latim, o termo é vertido por peccátu.

*A soteriologia é o estudo da salvação humana. A palavra é formada a partir de dois termos gregos Σοτεριος [Soterios], que significa "salvação" e λογος [logos], que significa "palavra", ou "princípio". Cada religião oferece um tipo diferente de salvação e possui sua própria soteriologia, algumas dão ênfase ao relacionamento do homem em unidade com Deus, outras dão ênfase ao aprimoramento do conhecimento humano como forma de se obter a salvação.


Resolvi escrever sobre doçura pois hoje seria aniversário de minha avó paterna. Quando pensei no que escrever neste dia lembrei-me dela e imediatamente dos doces que ela fazia. Ao pensar na Vó Lina imediatamente lembro de suas mãos e de seus doces, das tardes na casa dela e na forma de carinho que sabia ofertar. Na fase doce da vida, o que valia era aquele prazer e acolhimento instantâneos. Naquele tempo a doçura não era símbolo de pecado, as pessoas saboreavam a vida sem restrições, as pessoas morriam porque morriam, não havia necessidade de privação e salvação.
Mas a descoberta do diet trouxe a possibilidade de mascarar as necessidades e hoje comemos doce sem que ele seja necessariamente um doce e fazemos muitas outras coisas sem que elas sejam necessariamente reais ou essenciais.
E deixamos de cometer muitas outras vontades, encontrando equivalentes máscaras que permitem estar livre de culpas, mesmo que o sentimento e a vontade do original estejam presentes.
A sociedade vem oferecendo muitas formas de salvação, e são falsas idéias de falsa proteção. São passaportes para pecar com permissão, são absolvições que buscamos desde a origem... desde a época do pecado original, da tal da maçã... por certo... doce demais...
Protegidos por estas mácaras, encontramos outros mascarados e nos perguntamos...onde estamos? Onde está a origem de tudo? Ainda estamos fugindo do pecado original. Se os ancestrais tivessem assumido a responsabilidade no ato de seu querer, naquele momento ao pé da árvore do conhecimento do bem e do mal ...a humanidade não tería caído tanto, pois Deus não seria um legislador opressor.
No tempo em que o doce não era pecado, estávamos com certeza no paraíso...

4 de fevereiro de 2009




Fidelidade
Deus é fiel e você?
por: Débora Roberta Evangelista



Diz o dicionário que “ fidelidade é um atributo ou qualidade de quem ou do que é fiel, para significar quem ou o que conserva, mantém ou preserva suas características originais, ou quem ou o que mantem-se fiel á referência. Isso implica em confiança e essa relação de implicação mútua aplica-se entre dois indivíduos, quer entre determinado sujeito e o objeto sob sua consideração, que, a seu turno, também pode ser abstrato ou concreto.

Manter-se fiel às referências tem sido um trabalho extremamente laborioso para os habitantes do planeta Terra. Diante da velocidade com que nos movemos e nos comunicamos, as relações tendem a se tornar bastante efêmeras acentuando a questão: conseguimos ser fiéis às nossas idéias? Conseguimos ser fiéis a alguém?
A história conta que antigamente se morria por uma idéia ou por um amor. Hoje isso é muito raro, talvez ainda comum em algumas sociedades mais radicais.
A idéia de um herói que morre por um ideal parece absurda em uma sociedade que quer mais é viver tudo o que se apresenta, sem tempo para sentimentalismos ou demonstrações de fidelidade. Sequer há uma busca pela qualidade, o que existe é uma urgência que não permite pausas e sofrimentos. Nosso tipo de sofrimento é outro e talvez nesta pressa toda nos tornemos apenas fiéis a isso: a busca incessante por algo que não se encontra nunca.
Até árvores seculares têm tombado em várias regiões do mundo, como que demonstrando que nem elas conseguiram manter-se fiéis à terra e às histórias que foram vividas aos seus pés e raízes. Elas também se cansaram de resistir aos temporais.
Em meio a esse não comprometimento, resta-nos como um último apelo à nossa sanidade, sermos fiéis a nós mesmos, à nossa verdade interna.
Mas, encontrar a verdade interna é como encontrar o bem mais precioso. Antes desta descoberta há um conteúdo de superfície que ilude o buscador... e disso vem toda a nossa vontade de estarmos certos e sermos aceitos.
Essa é a armadilha da auto importância, que é filha do ego, a base de todo o sofrimento.
Deus é fiel e você?

3 de fevereiro de 2009

Entrevista


A ponte entre a Ciência e a Religião
Transcrição completa da entrevista concedida pelo físico Amit Goswami ao programa "Roda Viva" da TV Cultura, em 11/02/08


O “Roda Viva” entrevista o físico nuclear indiano AMIT GOSWAMI. Considerado um importante cientista da atualidade ele tem instigado os meios acadêmicos com sua busca de uma ponte entre a ciência e a espiritualidade. Amit Goswami vive nos Estados Unidos. É PHD em física quântica e professor titular de física da Universidade de Oregon. Há mais de quinze anos está envolvido em estudos que buscam construir o ponto de união entre a física quântica e a espiritualidade. Já foi rotulado de místico, pela comunidade científica, e acabou acalmando os críticos através de várias publicações técnicas a respeito de suas idéias. Em seu livro O UNIVERSO AUTOCONSCIENTE - publicado no Brasil - ele procura demonstrar que o Universo é matematicamente inconsistente sem a existência de um conjunto superior - no caso, DEUS. E diz que, se esses estudos se desenvolverem, logo no início do terceiro milênio Deus será objeto de ciência e não mais de religião.
A bancada de entrevistadores será formada por Mário Sérgio Cortella, filósofo e dir.em educação, prof. do Depto. Teologia e ciências religião da Puc SP; Cláudio Renato Weber Abramo, jornalista e mestre em filosofia da ciência; Pierre Weil, educador e reitor da Universidade Holísitica Internacional de Brasília; Rose Marie Muraro, escritora e editora; Leonor Lia Beatriz Diskin Pawlowicz, jornalista e Pres.da Assoc. Palas Athena; Joel Sales Giglio, psiquiatra, ex chefe do Depto.de Psic. Médica e psquiatria da Unicamp, analista junguiano da Assoc. Junguiana do Brasil e membro da International Assossiation for Analitical Psychology; Carlos Ziller Camenietzki, físico, dr. em filosofia e pesquisador do Museu de Astronomia do Min. da Ciência e Tecnologia.


Heródoto Barbeiro: Dr. Amit Goswami, Boa Noite. Inicialmente eu gostaria que o senhor dissesse aos telespectadores da TV Cultura, que ao longo do século XX os cientistas estiveram ligados muito mais ao materialismo do que à religiosidade. A impressão que eu tenho é que nessa virada para o século XXI, essas coisas estão mudando. O senhor poderia nos explicar o porque dessa aproximação entre a ciência e a espiritualidade?

Amit Goswami: Com prazer. Esta mudança da ciência, de uma visão materialista para uma visão espiritualista, foi quase totalmente devida ao advento da Física Quântica. Ao mesmo tempo, houve algumas mudanças em Psicologia transpessoal, em Biologia evolucionista, e em medicina. Mas acho que é correto dizer que a revolução que a Física Quântica causou na Física, na virada do século, seria baseada nessas transições contínuas, não apenas movimento contínuo, mas também descontínuo. Não localidade. Não apenas transferência local de informações, mas transferência não-local de informações. E, finalmente, o conceito de causalidade descendente. É um conceito interessante, pois os físicos sempre acreditaram que a causalidade subia a partir da base: partículas elementares, átomos, para moléculas, para células, para cérebro. E o cérebro é tudo. O cérebro nos dá consciência, inteligência, todas essas coisas. Mas descobrimos, na Física Quântica que a consciência é necessária, o observador é necessário. É o observador que converte as ondas de possibilidades, os objetos quânticos, em eventos e objetos reais. Essa idéia de que a consciência é um produto do cérebro nos cria paradoxos. Em vez disso, cresceu a idéia de que é a consciência que também é causal. Assim, cresceu a idéia da causalidade descendente. Eu diria que a revolução que a Física Quântica trouxe, com três conceitos revolucionários, movimento descontínuo, interconectividade não-localizada e, finalmente, somando-se ao conceito de causalidade ascendente da ciência newtoniana normal, o conceito de causalidade descendente, a consciência escolhendo entre as possibilidades, o evento real. Esses são os três conceitos revolucionários. Então, se houver causalidade descendente, se pudermos identificar essa causalidade descendente como algo que está acima da visão materialista do mundo, então Deus tem um ponto de entrada. Agora sabemos como Deus, se quiser, a consciência, interage com o mundo: através da escolha das possibilidades quânticas.

Rose Marie Muraro: O que mais me espanta na Física é o problema da medição quântica de Heisemberg, que voce, realmente, acha que deve ter um observador olhando e que modifica a realidade, por exemplo, transforma a onda em partícula. Eu gostaria de saber... isso aí houve uma grande briga de Einstein com Niels Bohr. Eu gostaria de saber, em escala cósmica, onde não há observadores, se há um observador supremo, na sua opinião, e se ele cria matéria ou como se faz esse fenômeno?

Amit Goswami: Essa é a questão fundamental, Rose Marie, porque. qual é o papel do observador? É a pergunta que abre a integração entre Física e espiritualidade. Na Física Quântica, por sete décadas, tentou-se negar o observador. De alguma forma, achava-se que a Física deveria ser objetiva. Se dessem um papel ao observador, a Física não seria mais objetiva. A famosa disputa entre Böhr e Einstein, a que se refere essa disputa, basicamente, sempre terminava com Bohr ganhando a discussão, mostrando que não há fenômeno no mundo a menos que ele seja registrado. Bohr não usou a consciência.. mas atualmente, vem crescendo o consenso, muito lentamente, de que a Física Quântica não está completa, a menos que concordemos que nenhum fenômeno é um fenômeno, a menos que seja registrado por um observador, na consciência de um observador. E isso se tornou a base da nova ciência. É a ciência que, aos poucos, mas com certeza, vem integrando os conceitos científicos e espirituais.

Cláudio Abramo: Em sua fala inicial, o senhor mencionou, deu como fato, que teria crescido a idéia de que haveria uma causalidade no sentido inverso àqueles do tradicional que se considera, e daí saltou para a afirmação de que isso abriria a porta para a entrada de Deus. A minha pergunta se divide em duas. Em primeiro lugar, essa idéia cresceu aonde? Quem, além do senhor, defende esse tipo de visão de mundo? E... dois, o porque Deus entrou aí nessa equação?

Amit Goswami: Na Física Quântica há um movimento contínuo. A Física Quântica prevê isso. Não há dúvida que a Matemática Quântica é muito capaz, muito competente, e ela prevê o desenvolvimento de ondas de possibilidades, a matéria é retratada como ondas de possibilidades. O modo como elas se espalham é totalmente previsto pela Física Quântica. Mas agora temos probabilidades de possibilidades. Nenhum evento real é previsto pela Física Quântica. Para conectar a Física Quântica a observações reais, embora não vejamos possibilidades e probabilidades, na verdade vemos realidades. Esse é o problema das medições quânticas. E luta-se com esse problema há décadas, como eu já disse, mas nenhuma solução materialista, uma solução mantida dentro da primazia da matéria foi bem sucedida. Por outro lado, se considerarmos que é a consciência que escolhe entre as possibilidades, teremos uma resposta, mas a resposta não é matemática. Teremos de sair da matemática. Não existe Matemática Quântica para este evento de mudança de possibilidades em eventos reais, que os físicos chamam de ‘colapso da onda de possibilidade em realidade’. É essa descontinuidade do colapso que nos obriga a buscar uma resposta fora da Física. O que é interessante é que se postularmos que a consciência, o observador, causa o colapso da onda de possibilidades, escolhendo a realidade que está ocorrendo, podemos fazer a pergunta: qual é a natureza da consciência? E encontraremos uma resposta surpreendente. Essa consciência que escolhe e causa o colapso da onda de possibilidades não é a consciência individual do observador. Em vez disso, é uma consciência cósmica. O observador não causa o colapso em um estado de consciência normal, mas em um estado de consciência anormal, no qual ele é parte da consciência cósmica. Isso é muito interessante. O que é a consciência cósmica diante do conceito de Deus, do qual os místicos e teólogos falam?

Mário Cortella: Uma questão para o doutor Amit que é a seguinte: o senhor é originado de uma cultura, que é a cultura da Índia, onde o hinduísmo, como religião, tem uma profusão de deuses ou de divindades, ou de deidades. Alguns chegam a falar em 300 milhões de deidades dentro da religião hindu. De outro lado, seu pai foi um guru brâmane, o senhor tem um irmão que é filósofo. Esta mescla de situações induziu no senhor uma compreensão em relação a um ponto de chegada, na religião, partindo da Física, ou o senhor já partiu da religião e, por isso, chegou até a Física e supõe que a Física Quântica é uma das formas de praticar teologia?

Amit Goswami: Obrigado pela pergunta, porque costumam me perguntar se minha formação como indiano hindu afeta o modo como pratico a Física. Na verdade, fui materialista por um bom tempo. Fui físico materialista dos 14 anos de idade até cerca de 45 anos. O materialismo foi importante para mim. Eu trabalhei com ele, filosofei nele, cresci nele. Eu obtive sucesso em Física dentro da Física materialista. Mas quando comecei a trabalhar no problema da medição quântica, eu realmente tentei resolvê-lo dentro do materialismo. Enquanto todos nós trabalhávamos, falei com muitos físicos que trabalhavam no problema (este é o problema mais estudado da Física, um dos mais estudados). E todos tentávamos resolver este paradoxo: se a consciência é um fenômeno cerebral, obedece à Física Quântica, como a observação consciente de um evento pode causar o colapso da onda de possibilidades levando ao evento real que estamos vendo? A consciência em si é uma possibilidade. Possibilidade não pode causar um colapso na possibilidade. Assim, eu tive de abandonar esse pensamento materialista. Embora fosse interessante, em minha vida pessoal eu sentia necessidade de mudar. Alguns consideraram uma transição de meia-idade, e os dois problemas, crescimento na vida pessoal e o problema da medição quântica, se confundiram, e eu comecei a ver a consciência não apenas como um problema físico, mas também como um problema pessoal. O que é que deixa alguém feliz? Qual é a natureza da consciência, da qual as pessoas falam quando se pensa além do materialismo? Então, comecei a meditar e a me aproximar de alguns místicos, e isso ajudou. E um dia, quando falava com um místico, e ele me dava a tradicional visão mística do mundo, que eu já ouvira muitas vezes antes, mas, de algum modo, essa conversa causou uma nova impressão em mim. Eu pude ver, eu realmente vi além do pensamento, tive a percepção de que a consciência é a base do ser, e essa percepção soluciona o problema da medição quântica. Não só isso: pode ser usada como base para a ciência. Normalmente, os cientistas presumem que a ciência deve ser objetiva, etc, mas eu vi, naquele momento, que a ciência deve ser objetiva até um certo ponto. Eu chamo de objetividade fraca, mas isso pode ser alcançado nessa nova Metafísica. Consciência é a base de todos os seres. Então, para mim, foi o contrário, eu fui da Física para a espiritualidade, sob o aspecto da Física. Porque minha formação espiritual, embora em retrospecto, eu possa dizer que foi saudável, deve ter sido, como Freud diria, no subconsciente. Mas conscientemente foi o oposto. Eu vim de uma questão muito inquietante, de como resolver um problema físico, um problema do mundo, pois esse é o problema mais importante do século XX. E a partir disso, esse salto conceitual, esse salto quântico perceptivo me fez reconhecer que o modo como espiritualistas vêem a consciência é o modo certo de ver a consciência. E esse modo de ver a consciência resolve o problema da medição quântica. Ele nos dá a base para uma nova ciência.

Carlos Ziller: Eu gostaria de fazer uma pergunta, dando um passo mais atrás no sentido da própria Física clássica. Porque nós sabemos, hoje em dia, que os fundadores da Física clássica, Newton, Déscartes e outros grandes cientistas do século XVII, para eles, para os projetos científicos que propunham, Deus era uma parte constitutiva inseparável do mundo que eles imaginavam, seja como sendo quem garantia a eficácia, eficiência, o funcionamento das leis do mundo, seja como alguém que operava os próprios fenômenos naturais. Bom, isso foi sendo afastado, expulso do mundo da ciência ao longo do século XVIII, século XIX, ou século XX, talvez, até os anos 50 tenha sido o ápice dessa questão, os cientistas, os físicos, sobretudo, não gostavam totalmente nada de falar sobre esse assunto. Deus era um problema. Talvez o seu estudo e a sua reflexão esteja tentando recolocar no seu próprio lugar, pelo menos foi assim que eu interpretei, algumas idéias do próprio século XVII, dos fundadores da ciência moderna. Eu gostaria de saber se essa aproximação do Deus do Newton, o que garantia que as leis naturais funcionavam, se esse Deus tem algum paralelo com a consciência, supra-consciência que o senhor propõe como sendo o princípio a partir do qual os fenômenos do mundo, a realidade estaria constituída?

Amit Goswami: É uma pergunta muito boa. Os conceitos da Física clássica, no início, não separavam Deus, como disse, mas então, aos poucos, descobriu-se que Deus não era necessário. Depois que Deus estabeleceu o movimento do mundo, ele passou a ser guardião de seu jardim, e isso é o que a maioria dos físicos clássicos pode fazer. Mas na Física Quântica, há o problema da medição. Como as possibilidades tornam-se eventos reais, temos espaço para uma consciência, e ela deve ser uma consciência cósmica. Há uma semelhança com o modo como Deus é retratado, pelo menos na subespiritualidade tradicional, não na mente popular. A mente popular considera Deus um imperador, um super-humano sentado no céu. Essa imagem de Deus não é científica, e espero que esteja claro que não estamos falando em Deus dessa forma, mas Deus nessa consciência mais cósmica, nessa forma mais estrutural. Esse tipo de Deus está retornando porque, se voce se recorda, o debate entre teólogos e cientistas sempre foi: Deus é o guardião ou Deus intervém? Teólogos afirmam que Deus intervém nos seres biológicos. E então surgiu Darwin. Foi um grande golpe nos teólogos, porque antes, apesar de Newton, os teólogos podiam citar o exemplo da Biologia, cujo propósito é muito óbvio, pelo menos, óbvio para a maioria. Mas a teoria de Darwin foi um golpe porque se dizia que a evolução ocorria... mas ela era natural? Darwin disse que ela era natural. Oportunidade e necessidade. Não há necessidade de Deus na evolução e não há necessidade de Deus na biologia. Então, no século XX, surgiu o behaviorismo e a idéia de que temos livre-arbítrio subjetivo. Essa idéia também foi superada, porque experimentos mostraram que somos muito condicionados, não há livre-arbítrio. Contra tudo isso, vejam só, a Física Quântica também cresceu ao mesmo tempo que o behaviorismo, e a Física Quântica tem uma coisa peculiar: o princípio da incerteza. O mundo não está determinado como imaginamos. Deus não é o guardião. O princípio da incerteza levou à onda de possibilidades, depois o colapso da onda de possibilidades para a introdução da idéia do colapso da consciência. Paradoxalmente, fomos criados contra essa idéia, mas nos anos 90, eu, Henry Stab, Fred Allan Wolf, Nick Herbert, todos mostramos que esse paradoxo pode ser resolvido. Não há paradoxo se presumirmos que a consciência que causa o colapso da onda de possibilidades em eventos reais é uma consciência cósmica. E o evento do colapso em si nos dá a separação matéria-objeto do mundo. Assim, não só resolvemos o problema da medição quântica como também demos uma nova resposta de como a consciência de um torna-se várias. Como ela se divide em matérias e objetos, para poder ver a si mesma. E essa idéia de que o mundo é um jogo da consciência, um jogo de Deus, que é uma idéia muito mística, voltou à tona. Então, podemos voltar à biologia. Deus intervém na biologia? Deus intervém na vida das pessoas? Essas perguntas continuam tendo respostas muito positivas. Vi, em um jornal sobre Biologia evolucionista, que há muitos furos conhecidos na teoria darwiniana. Esses furos são chamados sinais de pontuação. A teoria da evolução de Darwin explica alguns estágios homeostáticos da evolução, ou seja, como as espécies adaptam-se a mudanças ambientais. Mas não explica como uma espécie torna-se outra. Essa especiação, mudança de uma espécie em outra, é uma nova mudança na evolução, não está na teoria de Darwin. Experimentalmente, isso é demonstrado em lacunas de fósseis. Não temos uma continuidade de fósseis mostrando como um réptil tornou-se um pássaro. A idéia é que sejam sinais de pontuação, estágios muito rápidos de evolução. Eu sugiro que isto seja um salto quântico, um salto quântico na evolução. Nesse salto quântico, a consciência interveio, não de um modo subjetivo, de um modo caprichoso, mas de um modo muito objetivo.. muito objetivo, e essas idéias objetivas ficam claras com o trabalho de Rupert Sheldrake e outros, o modo como isso pode ser objetivo. Mas, sem dúvida alguma, há uma intervenção da causalidade descendente. Não se pode explicar a Biologia evolucionista só com a causalidade ascendente. Essa é a coisa mais interessante, a partir do pensamento original dos físicos de que Deus deve ser o guardião, pois tudo pode ser explicado e tudo é determinado, que não precisamos de Deus. Agora, estamos fechando o círculo, e vemos que não só precisamos de Deus: há movimentos descontínuos no mundo para os quais não existe explicação matemática ou lógica. Ainda assim, é totalmente objetivo, não é arbitrário. Deus age de forma objetiva, bem definida. A consciência cósmica não é subjetiva, não é a consciência individual que afeta o mundo. Isso ocorre de forma cósmica, podemos discutir objetivamente. A ciência detém seu poder, sua objetividade e, ainda assim, temos agora a descontinuidade, temos a interconectividade e podemos falar sobre vários assuntos dos quais os místicos tradicionalmente falam.

Pierre Weil: Durante essa discussão eu me coloquei como educador do ponto de vista do telespectador, e estou um pouco com medo de que alguns já desligaram o aparelho diante do alto nível científico do debate, que é necessário e indispensável. Eu queria ressaltar a importância da sua presença aqui em termos mais simples. Para o telespectador... tem telespectadores que acreditam em Deus, acreditam em espiritualidade e tem outros que não acreditam em Deus, não acreditam... são os materialistas versus os espiritualistas. Entre os dois têm os que não sabem ou os que nem se interessem para isto. Nestas três categorias, a sua presença aqui tem uma importância muito grande. Ela tem uma importância porque nesse século que passou, nós estivemos assistindo a três grandes movimentos: o primeiro movimento, em que muitos espiritualistas, muitas pessoas que acreditavam em Deus, abalados pelas “provas”, pelas evidências da ciência, largaram a religião e só acreditaram na matéria. E nisso foram até muitos sacerdotes de várias religiões. Largaram a batina, largaram a sua fé e se transformaram em protagonistas do materialismo. Estamos assistindo, atualmente, a um movimento contrário. Eu tenho, por exemplo, dois amigos meus. Um, Matew, grande biólogo francês, largou a biologia e hoje ele é monge budista tibetano. O outro era astrofísico, colega seu, largou a astrofísica e hoje ele é rabino. Então estamos assistindo a um movimento contrário. A sua presença aqui apresenta uma terceira saída, e que me parece a mais conveniente e a mais razoável, a mais holística, que é a minha também. A sua, como Física Quântica, fez com que, vindo do materialismo, não caísse no extremo do espiritualismo, mas integrou os dois. Eu fiz isso também como psicólogo, através da psicologia transpessoal... o senhor através da Física Quântica, eu, através da Psicologia Transpessoal... e nos encontramos muito bem e nos abraçamos o tempo todo. A minha pergunta é uma pergunta pessoal: poderia contar para os telespectadores, em termos mais simples, o que fez com que Amit Goswami ficasse no meio do caminho e fizesse um encontro dentro dele, da razão da Física, da razão materialista, e do outro lado, da Intuição? Falou nos seus amigos místicos, mas pela minha experiência eu sei que a segurança pela qual eu falo, não é apenas racional, ela é baseada numa experiência chamada interior, chamada subjetiva, chame como quiser, de luz, e de saber mais ou menos como que é esse mundo espiritual. Qual é a sua experiência que fez com que unisse, na sua pessoa, o lado masculino, racional, e o lado feminino, intuitivo, sentimental? O que aconteceu com a sua pessoa? Eu acho que isso nos vai reconciliar com os telespectadores.

Amit Goswami: Sim, obrigado. Esta é a questão fundamental. Às vezes, eu digo que todos nós, todas as pessoas, espectadores, cientistas, o orador, todos aqui, todos nós temos dois lados. Um é semelhante a Newton, que quer entender tudo em termos de objetividades, ciências e matemática, e o outro é William Blake, que é místico e ouve diretamente, intuitivamente, e desenvolve seu retrato do mundo baseado nessa percepção intuitiva. O que ocorre nessa integração, o que ocorreu por um tempo, mesmo antes de essa integração começar, é que começamos a entender a natureza da criatividade. E a falsa idéia de que cientistas só trabalham com idéias racionais e matemáticas, está, aos poucos, caindo. Einstein disse isso muito claramente: “Não descobri a Teoria da Relatividade apenas com o pensamento racional”. As pessoas não levam a sério tais declarações. Mas Einstein falou sério. Ele sabia que a criatividade era importante. Agora, quase cem anos de pesquisas sobre criatividade estão mostrando que os cientistas também dependem da intuição. Eles também dependem de visões criativas para desenvolver sua ciência. Nem tudo é racional, matemático; nem tudo é pensamento racional. Voce perguntou sobre minha experiência pessoal. Eu já compartilhei a experiência fundamental pessoal que tive quando troquei... nem devo dizer que troquei, eu tive uma percepção. Não posso descrevê-la em termos de espaço-tempo. Eu estava fora do espaço-tempo, experimentando diretamente a consciência como a base do ser. É esse tipo de experiência que dá a base para ficarmos convencidos, para termos certeza de que a realidade é algo mais do que o espaço-tempo no mundo em movimento faz parecer. Este é o escopo fundamental para o ponto de encontro dos cientistas e espiritualistas. Porque os espiritualistas ouviram esse chamado, essa intuição, muito antes. Os cientistas também a ouviram. Mas por eles sempre expressarem suas percepções em termos de lógica, em termos de razão, isso ocorre mais tarde. Eles esquecem a origem de seu trabalho, a origem de sua percepção. Já para os espiritualistas, a percepção leva à transformação do modo de vida. Assim, eles nunca esquecem que foi a intuição que trouxe a felicidade, foi ela que os fez quem são. Essa é a diferença. Cientistas usam a intuição para desenvolver sistemas que estão fora deles, o que chamo de criatividade externa. E isso torna-se uma camuflagem dos verdadeiros mecanismos do mundo para eles. Enquanto espiritualistas mantêm-se com a percepção, mudam suas vidas, e incidentalmente, mudam o mundo externo. Mas eles sabem que aquela percepção que tiveram é a coisa fundamental que gere o mundo. Para eles, a consciência é cósmica, isto é algo determinado. Para os cientistas, a mesma descoberta é possível, mas eles ignoram o chamado e prestam mais atenção ao que ocorre no cenário externo. Acho que, se todos nós compartilharmos isso, o mundo poderá mudar. Agradeço pela pergunta. Estou disposto a compartilhar: escrevi um livro sobre criatividade, no qual conto minhas histórias pessoais. Em todos os meus livros conto minhas histórias pessoais. É importante compartilharmos nossas histórias pessoais, e acabar com o mito de que os cientistas são apenas pensadores racionais. Eles também têm percepções que vão muito além do pensamento racional.

Heródoto Barbeiro: Doutor Goswami, o senhor falou muito em Deus durante a primeira parte deste programa, e aqui no ocidente, quando se fala em Deus, se imagina que exista o seu contraponto. E aqui no ocidente se dá uma série de nomes a ele. Eu gostaria de saber como é que o senhor explica essa... se o senhor concebe a existência desse contraponto, dessas outras forças que não são necessariamente Deus.

Amit Goswami: Essa questão de Deus contra o Mal é interessante. Segundo a visão da Física Quântica, existem as forças da criatividade e as forças do condicionamento. Não falamos muito sobre isso, mas eu defendo a idéia que a Física Quântica nos dá, de que é a consciência cósmica que escolhe entre as possibilidades para trazer à realidade o evento real que ocorre. A questão é: então temos de entrar nesse estado incomum de consciência, no qual somos cósmicos, no qual escolhemos e, então... como entrar nessa consciência individual na qual somos uma pessoa? Na qual temos personalidade e caráter? Ao trabalharmos com a matemática disso, descobrimos que essa condição ocorre porque todas as nossas experiências aparecem após serem refletidas no espelho da nossa memória, muitas vezes. É essa memória que causa o condicionamento. Uma propensão a agir do modo como já agi antes. Uma propensão para responder a estímulos do modo como já respondi antes. Todas as pessoas sabem disso. Elas passam a manhã no cabeleireiro e o marido volta para casa e diz: “O que há para o almoço?”, sem notar o novo penteado da esposa, o que é muito irritante, tenho certeza. Mas esse condicionamento é o que nos torna indivíduos. Então, a questão é que, na Física Quântica, vemos claramente o papel da consciência cósmica, que eu chamo de “ser quântico”, no qual há criatividade, há forças criativas. E então perdemos essa criatividade, ficamos condicionados. E o condicionamento nos faz parecidos com máquinas. Assim, o mal maior que a nova ciência nos traz é o condicionamento. Pois é ele que nos faz esquecer a divindade que temos, o poder criativo que temos, a força criativa que realmente representa o que buscamos quando invocamos Deus. Mas isso também está incompleto. Essa questão pode ser estudada mais a fundo e há um escopo maior, trazendo idéias como emoções negativas e positivas. Assim, teremos uma exposição maior do Bem contra o Mal. Mas, de fato, a consciência cósmica inclui tudo. Esse é o conceito esotérico, não tanto exotérico, mas esotérico, por trás de todas as religiões, de que há apenas Deus, e que o Bem e o Mal são uma divisão, uma necessidade da criação, mas não é fundamental, ou seja, o diabo não é igual a Deus; o diabo é uma criação subsequente. É útil pensarmos em termos de Bem e Mal mas, às vezes, é preciso transcender isso, é preciso perceber que Deus é tudo. Esse é o cenário que a Física Quântica defende.

Joel Giglio: Doutor Amit, eu sou psiquiatra, analista Junguiano, formado pela Associação Junguiana do Brasil, e tenho muitas perguntas a fazer ao senhor. Mas em vista do tempo e dos objetivos desse programa, vou me centrar numa delas. Eu pensei muito, quando li seu livro, em questões que ainda são incógnitas à nossa prática psicoterápica. A questão do ‘insight’... O ‘insight’ nós não sabemos, em psicoterapia, quando ele vai acontecer, como vai acontecer. Ele simplesmente aparece e quase que do nada, embora a gente intua que o ‘insight’ vá aparecer. A questão da criatividade... a questão da sincronicidade... mas eu gostaria de fazer uma questão sobre os arquétipos. O senhor menciona no seu livro, idéias de arquétipos de objetos mentais. Cita Platão e cita Jung, que é o criador da psicologia analítica, setor da psicologia onde eu me situo. A questão que tem me perturbado muito é: os arquétipos evoluem, embora eles estejam fora do eixo espaço-tempo? Alguns autores dizem que está havendo uma evolução dos arquétipos. Quem fala isso, por exemplo, é Sheldrake, que o senhor mencionou há pouco e que não é psicólogo, é biólogo, mas que tem uma visão diferente dentro do campo da biologia. Como é que a teoria da Física Quântica explicaria, supondo que os arquétipos evoluem, a evolução dos próprios pensamentos arquetípicos, por exemplo, a evolução do arquétipo de Deus, se é que ele está evoluindo ou não. Essa questão... e muitos outros arquétipos, nós supomos que estejam evoluindo sem anularem os arquétipos anteriores.

Amit Goswami: Obrigado pela pergunta. Sou um grande seguidor de Jung. Acho que Jung foi dos precursores da integração que está ocorrendo agora. Nos meus primeiros textos, eu citava muito a afirmação de Jung de que, um dia, a Física Nuclear e a Psicologia se unirão. E acho que Jung ficaria satisfeito com esta conversa e, em geral, com a integração da Física e da Psicologia transpessoal que vemos hoje. Isto posto, acredito no conceito de arquétipo de Jung, e acho que o modo como Jung o apresentou, e Platão o apresentou, de que são aspectos eternos da consciência, contextos eternos da consciência... a consciência tem um corpo contextual no qual os arquétipos são definidos e, então, eles governam o movimento do nosso pensamento. Acho que é um conceito muito poderoso. Mas, ao mesmo tempo, na Física Quântica, existe a idéia de que todos os corpos de consciência, tudo o que pertence à consciência, inconsciência, são possibilidades. E por causa disso, por tudo ser possibilidade, surge a questão: alguém pode ir além de arquétipos fixos e considerar arquétipos evolucionistas? Não se pode descartar o que Rupert tenta dizer. Houve uma idéia semelhante, de Brian Josephson, um físico que publicou um trabalho na Physical Review Letters, revista de grande prestígio, dizendo que as leis da Física podem estar evoluindo. Da mesma forma, outras pessoas, cientistas muito sérios, sugeriram que, talvez, forças gravitacionais mudem com o tempo. Essa idéia de arquétipos fixos é uma idéia muito importante. Eu a apóio totalmente. Mas também vejo que na Física Quântica há espaço para a evolução dos arquétipos. Não devemos descartar totalmente idéias que dizem que arquétipos evoluíram. Ainda seremos capazes de determinar isso experimentalmente. Obrigado pela pergunta.

Lia Diskin: O senhor manifesta certo interesse pelas questões éticas, grande parte do final de sua obra se dedica a essa questão. O senhor nos disse que há necessidade da participação da ambiguidade para dar garantias de criatividade no campo ético. Entretanto, no mesmo contexto, nos fala imediatamente das linhas e instruções éticas numa obra monumental da tradição indiana que se chama “Bhagavad Gitâ”. E a “Bhagavad Gitâ” se inicia pelo pressuposto da instrução do mestre para um discípulo, de que ele deve agir, de que ele deve entrar no combate, que ele deve assumir sua parte de ação, porque pertence a uma casta, a uma tradição de guerreiros, em que há ação da própria. Como fica o livre-arbítrio, como fica a ambiguidade como necessidade da criatividade dentro de um contexto de que existe um pressuposto, obviamente não-ambíguo e não-escolhível, que não pôde escolher? O que fazer... mas se está cominado a fazer, está cominado a agir? Como será isso, Professor?

Amit Goswami: Acho que essa também é uma pergunta muito difícil, muito sutil. Realmente, se considerarmos a ética compulsória, não parece haver escolha. Mas a ética não é tão definida: é muito ambígua. Lembro de uma história que o grande filósofo Jean-Paul Sartre contava. Suponha que você vá em uma expedição de natação, ou melhor, de barco, e o barco afunde. Voce está com um amigo, voce sabe nadar, mas ele não. Mas voce não é muito forte. Se tentar salvá-lo, os dois podem morrer. Voce tem uma boa chance de se salvar, mas ama seu amigo e seu dever ético com ele está muito claro. O que fazer? Casos assim mostram claramente que há ambiguidade mesmo em decisões éticas, em decisões morais. Na Física Quântica, é muito claro que devemos esperar, e esperar pela intuição, ver se há um salto quântico, uma resposta criativa como voce a chama, se uma resposta criativa irá surgir. E é essa resposta criativa que é a resposta correta para solucionar essa ambigüidade em questões éticas. Quando a moralidade ou a ética são apresentadas como um conjunto de regras, e as pessoas seguem essas regras, elas perdem essa parte ambígua e, por causa disso, as regras perdem o sentido. Passa a ser um conjunto de regras inútil, sem vida. Mas, se considerarmos a ética com vida, e reconhecermos que temos um papel a desempenhar em todas as situações éticas, temos um papel a desempenhar em termos de irmos para dentro de nós, como as pessoas criativas fazem, combatendo isso, combatendo a ambiguidade. Então, o salto quântico da percepção virá e vai-nos permitir tomar a ação correta. É nisso que a Física Quântica está nos ajudando, é nessa conclusão que ela está nos ajudando. E acho que Sartre também buscava essa resposta porque a ética fixa é uma coisa impossível de se seguir.

Cláudio Abramo: Eu vou, infelizmente, ter que me estender ligeiramente na minha pergunta. Ela é precedida de uma declaração... Vou fazer uma interpretação do que foi declarado até agora, que eu acho que deve ser útil para os telespectadores. Não estou fazendo isso para me expor, mas para esclarecer o que me parece ser algumas questões importantes nesse debate para o telespectador. O entrevistado faz menção a fenômenos inexplicados, a fenômenos desviantes, entre diversas disciplinas. Começa com a Física, passa pela Biologia, faz referência a problemas seculares com respeito à consciência humana, ao livre-arbítrio, ao modo como raciocinamos, ao modo como chegamos a conclusões, menciona casos como, por exemplo, Einstein declarando, como tantos outros cientistas, que não sabe muito bem como chegou a uma conclusão. Poincaré, antes dele, havia escrito muito sobre isso... Poincaré era uma matemático, o último grande matemático universalista francês... ele morreu no começo desse século (XX). Bom, esse tipo de anedota é completamente comum na ciência. Não há nenhuma originalidade nisso. Esse gênero de anedota, repito, fenômenos inexplicados que são característicos da ciência... a ciência quanto mais sabe, menos sabe... quanto mais a ciência sabe, quanto mais fenômenos são explicados, mais avenidas de desconhecimento se abrem. Um cientista diz “não sei” o tempo todo. Um não-cientista explica tudo, porque sempre tem uma resposta do tipo “todo abrangente” como é esta resposta. O fato de se ter isso, para os telespectadores entenderem, o fato de se formular uma pseudo-explicação a respeito de como o universo funciona não dá a essa explicação, foros de verdade. Simplesmente declarar coisas não confere verdade ao que se declara. Agora, no que o senhor declara existe uma característica que eu acho bastante preocupante, ou pelo menos intrigante, vinda de alguém conhecido aqui como Físico, como o senhor declarou... o senhor foi.. o senhor foi Físico. O senhor diz, em primeiro lugar, que aquilo que seria essa intervenção de uma consciência cósmica, não é matematizável, quer dizer, isto não é introdutível dentro da teoria física na forma como a teoria física aceita as suas idéias. Não existe outra maneira de introduzir na Física idéias senão a matemática. Não existe.. não é possível, não é Física... se é não-matematizável, não é Física. Muito bem, então esta idéia de consciência cósmica não é Física, quer dizer, certamente nenhum Físico aceitará isso. Em segundo lugar, ela também, já que se está falando de alguma coisa que existe no mundo, que é uma consciência cósmica que se reflete na consciência das pessoas e faz as pessoas fazerem saltos quânticos... o senhor não vai usar esse termo, mas saltos quânticos em direção à solução de problemas... onde é que estão as evidências empíricas disso? Onde estão as experiências que levam a esse tipo de conclusão? Porque ou a gente pode ter conhecimento do mundo que seja muito estruturado, como no caso da Física, ou conhecimento do mundo pouco estruturado. Não existe uma teoria, não existe um conjunto de idéias muito organizado por trás, mas sabemos empiricamente que são verdadeiras, ou parecem verdadeiras. Onde é que estão as evidências empíricas e onde está o raciocínio, eu diria, desculpe a palavra, científico, que o leva a declarar que existiria uma consciência cósmica que estaria governando tudo e resolvendo todos os problemas aqui, da Biologia, da Psicologia?... O senhor afirma que estas suas idéias explicariam o problema da biologia evolucionista dos ‘gaps’ na criação de espécies, por exemplo. O senhor não acha ambicioso demais e, repito, onde é que estão as evidências empíricas disso?

Amit Goswami: Boa pergunta. Pergunta muito boa. Precisamos sempre fazer esta pergunta: onde está a evidência? Falarei da evidência mais tarde. Antes, responderei à pergunta: a Física é matemática? Ela deve ser totalmente matemática? Essa é uma crença que cresceu gradualmente na Física, por causa do sucesso da matemática para expressar a Física. Há duas coisas que devemos lembrar. Primeiro: não há motivo para a Física ser matemática. Às vezes os filósofos levantam essa questão. Nancy Cartwright escreveu um livro: Why do laws of Physics lie. Ela estava argumentando que não há provas dentro da filosofia materialista de que a Matemática deve governar as leis da Física. De onde vem a Matemática? Pessoas como Richard Feynman, grande físico, Eugene Bigner, todos estudaram a questão. E não há resposta dentro da filosofia materialista. Platão tem uma resposta: a matemática molda a Física porque surgiu antes da Física, faz parte do mundo arquetípico que discutimos. Assim, o idealismo de Platão é fundamental para entender o papel da Matemática na Física, em primeiro lugar. A Física em si precisa de algo além da matéria, ou seja, da matemática e de arquétipos para ser uma ciência consistente. É preciso se lembrar disso. O segundo aspecto da questão é o mais importante. Na Física Quântica, procuramos insistentemente uma forma matemática de encerrar a Mecânica Quântica. Uma forma matemática para entender a medição quântica. Não fomos capazes. Niels Bohr demonstrou para Erwin Schrödinger, há muito tempo, quando a Mecânica Quântica estava sendo desenvolvida. Schrödinger achou que tinha obtido a continuidade e Bohr provou o contrário e o convenceu disso. E Schrödinger disse: “Se eu soubesse que essa descontinuidade, saltos quânticos, iriam permanecer, eu nunca teria descoberto a Mecânica Quântica”. Bohr disse: “Estamos felizes que tenha descoberto”. Essas descontinuidades vão continuar existindo, não há explicação matemática, e por não haver explicação matemática, portanto, há espaço para o livre-arbítrio. O livre-arbítrio, Deus, consciência, colapso, tudo isso entrou para a Física porque atingimos o conhecimento, a sabedoria, de que existe o princípio da incerteza, existem a probabilidade e possibilidades. E por existirem probabilidade e possibilidades, deve haver um agente que causa o colapso das possibilidades em eventos reais. E esse agente não pode ser matemático porque, se for, não poderá haver livre-arbítrio: seria determinista. Mas não é determinista. O princípio da incerteza é fundamental. Assim, nós chegamos à conclusão, após décadas de lutas nós conseguimos...

Cláudio Abramo: Quem é “nós”?

Amit Goswami: “Nós” quer dizer que há um consenso entre cientistas...

Cláudio Abramo: Há um consenso a respeito de suas idéias?

Amit Goswami: Não a respeito de minhas idéias. Esqueça as minhas idéias. Mas há um consenso de que não há solução matemática para o problema da medição quântica. Nisso, chegamos a um consenso. E por não haver uma solução matemática para isso, e por haver uma solução consistente em termos de consciência causando colapso de possibilidades quânticas em realidade, podemos falar sobre essas idéias publicamente. Quanto à segunda pergunta: Há evidência empírica? Acontece que os dois aspectos fundamentais da nova física, a consciência causa o colapso da possibilidade em realidade, e o segundo, que essa consciência é uma consciência cósmica, os dois aspectos foram confirmados por dados empíricos. Antes, darei os dados para o segundo, porque é o mais simples para o espectador. O primeiro é um pouco difícil. Talvez possamos incluir os dois. O primeiro experimento é muito importante porque já foi aplicado. Em 1993 e 1994, o neurofisiologista mexicano Jacobo Greenberg Silberman, ele e seus colaboradores fizeram um experimento, no qual havia dois observadores meditando por 20 minutos, com o propósito de terem comunicação direta. Comunicação direta no estilo de não-localidade. Sinais não-locais ocorrendo entre eles, e ainda assim eles teriam comunicação. Certo, eles meditaram juntos. Pediu-se que mantivessem o estado meditativo durante o resto do experimento. Mas então, um deles é levado para outro recinto. Eles ficam em câmaras de Faraday, onde não é possível a comunicação eletromagnética. Os cérebros deles são monitorados. Uma das pessoas vê uma série de ‘flashes’ brilhantes, o cérebro dele responde com atividade elétrica, obtém-se o potencial de resposta muito claro, picos muito claros, fases muito claras. O cérebro da outra pessoa mostra atividade, a partir da qual obtém-se um potencial de transferência que é muito semelhante em força e 70% idêntico em fases ao potencial de resposta da primeira pessoa. O mais interessante é que, se voce pegar duas outras pessoas, duas pessoas que não meditaram juntas, ou pessoas que não tinham a intenção de se comunicar, para elas, não há potencial de transferência. Mas para pessoas que meditam juntas, invariavelmente, muitas vezes, um em cada quatro casos, obtemos o fenômeno de potencial de transferência. E Peter Fenwick, na Inglaterra, há dois anos, confirmou isso, repetindo o experimento. Assim, temos evidência empírica. Se tivéssemos tempo, e voce tivesse paciência, eu poderia lhe dar inúmeros dados. Outro dado que é muito interessante: considere o caso de geradores de números aleatórios. Eles são realmente aparelhos quânticos, pois eles pegam eventos radiativos, que são aleatórios, e os convertem em seqüências de números, seqüências de zeros e uns. Em uma longa cadeia, deve haver número igual de zeros e uns. É o que se espera da sequência aleatória. Helmut Schmidt, um físico que pesquisa parapsicologia, tenta há quase 20 anos, fazer com que médiuns influenciem os geradores de números aleatórios para gerarem sequências não-aleatórias, mais zeros que uns. E ao longo dos anos ele conseguiu boas evidências de que, até certo ponto, os médiuns conseguem fazer isso. Um resultado com um grande desvio. Isso ainda não tem nada a ver com Física Quântica, mas recentemente, em um trabalho publicado em 1993, Schmidt retratou uma modificação revolucionária desses dados. O que ele fez, recentemente, é que o gerador de números aleatórios, os dados do gerador de números, a sequência, é armazenada num computador, ela é impressa, mas ninguém olha. Os dados impressos são fechados num envelope e enviados para um observador independente. Três meses depois, o observador, sem abrir o envelope, escolhe o que quer ver, mais zeros ou mais uns. Tudo segue um critério. Então ele liga para o pesquisador, o pesquisador diz ao médium para olhar os dados, e pede a ele para mudar os resultados, influenciá-los, se puder. E o médium tenta produzir mais zeros, se esse for o desejo do observador. E então, o observador abre o envelope e verifica se o médium conseguiu. E a incrível conclusão é (é um resultado sério, não é fácil contestá-lo) que o médium, em 4 de cada 5 tentativas, consegue mudar os números aleatórios gerados pelo aparelho, mesmo após três meses. Este mito de que o pensamento causa o colapso de si mesmo, que o colapso é objetivo, sem que o observador consciente as veja, é apenas um mito. Nada acontece, tudo é uma possibilidade até que o observador consciente veja. Numa experiência controlada, as pessoas intervieram. As pessoas viram, sem contar a ninguém, viram os dados, a impressão. Nesses casos, o médium não influenciou os dados. Está claro que a consciência exerce um efeito, exatamente como Bohr suspeitava, como Newman suspeitava. Agora estamos fazendo teorias mais completas e experimentos mais completos baseados nessas teorias. Henry Stab colaborou com todas essas idéias que apresentei, consciência causando o colapso de funções quânticas em eventos reais. Ele participou do experimento com Schmidt. Então, estamos vendo uma mudança revolucionária na Física, não menos revolucionária do que a acontecida com Copérnico. Claro que haverá reações, como a que apresentou, e temos de ser muito pacientes, calmos, e trabalharmos juntos para superar essas tendências contrárias. Mas temos a certeza de que existe algo que todos devemos olhar. Isso é revolucionário, é novo e pode mudar, como já discutimos, as dificuldades com valores que a sociedade vem enfrentando. Não vamos nos preocupar em como pode ser, mas vamos olhar os dados, olhar a teoria e perguntar: pode ser? Se pode, que oportunidade fantástica temos para integrar todos esses movimentos díspares de consciência que nos separaram por tanto tempo.

Heródoto Barbeiro: Ele é autor também do livro “O universo autoconsciente -Como a consciência cria o mundo material”. Dr. Goswami, dentro dessas explicações que o senhor nos deu até agora, como fica a questão da reencarnação e da preservação dessa consciência dos seres humanos?

Amit Goswami: A questão da reencarnação, provavelmente, é a pergunta mais radical que pode ser feita. E é impressionante que a Física Quântica nos permita dar uma resposta afirmativa. Eu mesmo fiquei tão surpreso quanto qualquer um, com isto.. No início, quando me perguntavam isso, eu me recusava a discutir. Mas então, eu acordei de um sonho, e, basicamente, o sonho me dizia... eu ouvi isso no sonho: “O Livro Tibetano dos Mortos está certo e seu trabalho é provar”. Após acordar desse sonho, eu passei a encarar reencarnação com seriedade. Basicamente, o problema com a reencarnação é este: o corpo físico morre, e o que resta? Se a consciência é a base do ser, vem a idéia de que o que resta é a consciência. É a primeira pista. A segunda pista é que tudo é possibilidade, no modo quântico de ver as coisas. Então, não é irrelevante dizer que as possibilidades podem viver. Algumas possibilidades morrem com o corpo material e o cérebro, mas pode haver outras possibilidades, outras possibilidades que se modificam ao longo da nossa vida, e essas modificações das probabilidades das possibilidades podem formar uma confluência que possa viver mais tarde na vida de outra pessoa. É essa idéia que pude desenvolver de forma mais completa, num livro que será lançado no ano que vem, e fico feliz em dizer que podemos lidar com essa questão. A vantagem de se fazerem essas perguntas é que podemos ver imediatamente a utilidade das novas ciências que virão. Porque são essas coisas que preocupam as pessoas. As pessoas são fundamentalmente incomodadas por perguntas como “o que acontecerá quando eu morrer?”. E se a nova Física puder responder essas perguntas, a despeito da importância da Psicologia transpessoal, e da Psicologia junguiana, em que a nova ciência ajuda, e também da medicina alternativa, que nem discutimos ainda, acho que tocaremos o coração das pessoas quando pudermos dizer: “Finalmente, a Ciência pode ajudar a entender essa pergunta”. Até agora, apenas o padre, o teólogo pode dar qualquer resposta para a pessoa. E se pudermos dizer a ela: “Faz sentido fazer essa pergunta, e voce pode fazer algo para ajudar voce com o que acontecerá após a morte”. Não seria um progresso maravilhoso na ciência?

Joel Giglio: Professor Amit, eu vou fazer uma pergunta baseada no trabalho de um ex-orientando de tese de doutoramento que eu orientei na Universidade de Campinas, e que fez a primeira tese, pelo menos na Unicamp, e talvez em qualquer universidade estadual ou federal do Brasil, sobre parapsicologia. Ele fez uma tese sobre clarividência e eu não vou, naturalmente, falar da metodologia do trabalho que seria bastante extensa, mas resumir pelo menos os resultados principais. Várias pessoas, vários sujeitos tentavam adivinhar as cartas de um baralho de símbolos geométricos, baralho de Zener muito usado em pesquisa e parapsicologia, e tentava adivinhar as cartas de um baralho Tarô, que é baseado em imagens arquetípicas, o Rei, a Rainha, etc. Nos resultados que foram feitos seguindo uma metodologia tradicional, estatística, as pessoas acertaram, no baralho de Zener, um pouquinho acima do que era esperado ao acaso e 10% acima no baralho de Tarô, comparando com o de Zener. A explicação dada pelo meu orientando foi dentro da teoria da Psicologia Analítica, em relação aos arquétipos emergentes que, de uma certa forma, estariam mobilizados mais no baralho de Tarô do que simplesmente no baralho de símbolos geométricos. Mas essa explicação, embora nos satisfaça um pouco, ainda deixa muito a desejar. Eu perguntaria se o senhor teria alguma explicação a mais baseada na Teoria Quântica sobre essa maior adivinhação das cartas do baralho do Tarô, que são símbolos arquetípicos em relação ao baralho comum de Zener , que são cinco símbolos geométricos, quadrado, cículo, etc.?

Amit Goswami: Sim. Obrigado pela pergunta. Na verdade, somente no Brasil alguém pensaria em fazer um experimento tão brilhante. Tenho visitado o Brasil nos últimos 5 anos e o futuro parece promissor. Eu fico entusiasmado com a mente do brasileiro. Qual é a diferença entre o experimento original de adivinhação de cartas e as cartas de Tarô? A idéia que proponho, acho que voce pensa da mesma forma, é que quando o objeto que usamos na telepatia é significativo, ele é um objeto melhor. Os cientistas, os parapsicólogos anteriores preocupavam-se demais com a objetividade e ignoravam esse aspecto. Agora, nos novos experimentos parapsicológicos, espero usarmos cada vez mais objetos significativos na transferência telepática. E voce tem razão, a explicação completa tem de usar a palavra “telepatia”, tem de usar a transferência não-local de informações, neste caso, transferência não-local de informações significativas, arquetípicas. E esse é o motivo para os melhores resultados. Mas a não-localidade, a não-localidade quântica, tem de ser evocada para se ter uma explicação completa do que ocorreu. Obrigado.

Mario Cortella: Doutor Amit, eu juntei algumas questões nisso que eu não vou tratar delas como perguntas, porque eu acho que na sua obra, pelo menos no que eu pude ler, há um aprofundamento disso e uma leitura mais detalhada ofereceria mais questões. Por exemplo, no campo da psicanálise essa idéia de que o universo é quando é percebido e até interferido, será que não seria uma postura um pouco ego-narcísica da nossa parte, um pouco antropocêntrica em relação ao próprio universo que dificulta a idéia de um cosmo, invertendo Dostoievsky. Dostoievsky disse que se Deus não existe, tudo é permitido. Nessa compreensão, parece que se Deus existe, aí é que tudo é permitido, porque existe aí uma probabilidade que pode ser interferida. E uma outra questão, que eu acho que está na sua obra mas acho que vale aprofundamento, é o ateísmo metodológico, sendo que foi tão caro para a ciência para poder buscar explicações, mas ele não é mais necessário. Mais aí a questão de fundo: eu tenho lido, não sei se é verdade, que a Física Quântica mostra que hoje o tempo é uma ilusão. Alguns têm dito que não se fala mais em universo, mas em multiverso, porque haveria vários universos paralelos. Isso traria um problema: a possibilidade de viajar no tempo. A maior explicação que achei até hoje contra a viagem no tempo, foi do Físico inglês, Stephen Hawking, que usou um argumento lógico. Ele disse: “É impossível viajar no tempo porque se um dia for possível isso, os homens do futuro já teriam voltado”. Mas a Física Quântica ao falar em universos paralelos levanta a possibilidade de se ter o tempo como uma mera ilusão humana. Isso me coloca a seguinte pergunta aí para o senhor: será que nós chegaremos, com a Física Quântica, a voltar à origem do cosmos e, aí sim, encontrar o princípio explicativo?

Amit Goswami: Bem, suas duas colocações são muito boas, e a pergunta é extremamente fascinante. A primeira coisa que quero dizer é que ‘não dizemos que tudo é possível’ apenas por termos incluído aí a consciência em nossas teorias, porque ainda estamos concordando totalmente com a Física Quântica que a causalidade ascendente molda a forma das possibilidades, a partir da qual a consciência escolhe. Tanto a causalidade descendente, quanto a ascendente têm papel fundamental na nova Física, na nova Ciência. Essa é uma das virtudes que temos. A nova Ciência absorve a velha Ciência nos limites do princípio da correspondência, no limite de que poderíamos falar apenas em termos de probabilidades para um grande número de coisas e eventos. A velha Ciência não desaparece. Não poderia. É solidamente baseada em dados experimentais. A nova Ciência expande a velha Ciência em arenas com as quais a velha Ciência não pode lidar. Como eventos singulares de criação, criatividade. Esse é o primeiro ponto. Sobre voltar no tempo, há experimentos quânticos. O mais famoso é o experimento de Le Choice, mas é muito longo para explicar, e muito complicado para os espectadores realmente apreciarem. Embora, se alguém estiver interessado nele, há livros sobre ele. Leiam, por favor, é fascinante. Há algo acontecendo. Essa idéia de voltar no tempo é real na Física Quântica. Podemos ser afetados por coisas no futuro, assim como somos afetados por coisas no passado. Na Física Quântica, o tempo é não-linear. Isto posto, claro que experimentos recentes são tão impressionantes, tão surpreendentes, que muitos físicos convencionais, conservadores, procuram formas de viajar no tempo. Mas acho que o consenso é que a viagem no tempo envolve muito mais do que esta observação da Mecânica Quântica. Não podemos mais descartá-la, mas ela envolve muito mais pois ainda temos sérios problemas de como trazer os efeitos quânticos aos macrocorpos. Pois os efeitos quânticos são muito destacados apenas em objetos microscópicos, e não tão destacados em macro-objetos. A situação da medição é uma exceção. Mas normalmente descobrimos apenas raios ‘laser’, supercondutores, poucas coisas, poucos macro-objetos em que os efeitos quânticos persistem. Então temos de resolver esse problema de como macrocorpos podem ser transportados pelo tempo, e isso levará um tempo. Se a consciência voltar a essa equação, e ela precisa voltar, em algum ponto, então, outra dimensão de pensamento se abrirá e isso pode nos dar novas respostas, novas visões sobre isso. Mas é muito prematuro falar sobre isso, acho.

Rose Marie: Eu sou muito interessada em história da tecnologia, porque eu acho que através da tecnologia é que os sistemas econômicos se desenvolvem, que cresce uma dominação de potências hegemônicas. Isso vai muito na linha da pergunta do Cláudio Abramo. Eu sei que o senhor está trabalhando na construção do primeiro computador quântico. Eu quero perguntar uma coisa: o computador quântico dá saltos quânticos, ele cria? Qual a diferença dele do computador determinístico?

Amit Goswami: Essa é uma pergunta muito interessante. O que é um computador quântico? Um computador quântico em vez de usar um algoritmo específico, usa um algoritmo ambíguo. No computador quântico é usada a superposição de possibilidades e, dessa forma, espera-se que seja muito mais rápido que o computador convencional. Desde que o computador quântico opere apenas nesse nível, eu não espero que ele seja uma novidade tão grande, a não ser o fato de ele ser mais rápido. É isso que interessa aos cientistas da computação. Mas eu tenho um interesse diferente nesse computador. Se o computador for construído, por ter um processador quântico, por processar superpondo possibilidades...

Rose Marie: É tão realista.

Amit Goswami: Isso mesmo. Assim como o ser humano faz. O cérebro humano, de forma semelhante, processa de forma quântica as possibilidades, em vez de trabalhar diretamente, de maneira algoritmica, sem ambiguidade. Então, alguém pode fazer um computador que tenha todos os outros aspectos da medição quântica? A situação da medição quântica envolve um mecanismo que chamo de hierarquia embaraçada. É um pouco difícil de entender, mas um exemplo é a frase: “Eu sou mentiroso”. Se pensar nela, verá que a relação hierárquica entre sujeito e predicado é recíproca. “Eu” qualifica mentiroso, e vice-versa. Um qualifica o outro. É o que chamo de hierarquia embaraçada. A medição quântica no cérebro é assim. A questão intrigante para mim é que: suponha que no futuro encontremos um computador com hierarquia embaraçada. O interessante é que a hierarquia embaraçada dá margem à auto-referência. Então, este computador quântico terá auto-referência? A consciência cooperará na criação de um aparelho feito por humanos, que não seguiu uma evolução, mas desenvolvido pela inteligência humana? A consciência cooperará? A consciência cósmica cooperará e o tornará um ser consciente? Eu não sei a resposta. Mas esta será uma verificação fundamental, uma das mais fantásticas, das idéias que discutimos hoje. Acho que essa pesquisa deve ser encorajada. Obrigado pela pergunta.

Lia Diskin: Tentando fazer uma síntese dentro das idéias da biologia, dentro das idéias da psicologia e, logicamente, de toda a Física que o senhor coloca, o que hoje sabemos é que apenas 2% de nosso cérebro utiliza vias neuro-cerebrais para entrada e saída de informação. E é a partir disso, que nós construímos o que chamamos “os objetos ideais e universais” que constituem a ciência. 98% restante pertence a um universo interno, nebuloso, no qual existe a fantasia, a ilusão, logicamente a irracionalidade e também a probabilidade. Até que ponto podemos dizer que é possível um verdadeiro diálogo com essa disparidade de porcentagens? Até que ponto podemos dizer que é possível uma cientificação das idéias, de Deus, ou das idéias internas, humanas, divinizadas, como queira chamá-las?

Amit Goswami: Em outras palavras, deixe-me ver se entendi a pergunta, há muitas coisas que são fantasias e há muitas coisas que envolvem Deus. É possível transformar esses aspectos fantasiosos em científicos? É uma pergunta interessante. Claro, na criatividade, transformamos fantasias, transformamos algumas fantasias em algo científico. Porque algumas delas são fantasias criativas. Em outras palavras, a imaginação, a parte mental de nossas vidas, a parte interna de nossa vida, é fundamental no que fazemos no mundo externo. Na nova Ciência, por estarmos igualmente envolvidos com o mundo externo e o interno, pelo fato de a subjetividade ter voltado à ciência, estamos validando o conceito de que, talvez, devamos levar algumas de nossas fantasias a sério. Porque a idéia contrária também pode ser positiva, ou seja, de que tudo é uma fantasia. Fantasia da mente, fantasia da consciência. Porque a consciência é a base do ser, e o que pensávamos ser material e real, e o que pensávamos ser fantasia e irreal, esta distinção não é muito clara, agora. São todas possibilidades da consciência. Portanto, é a consciência que as valida, que escolhe entre elas, que lhes dá substancialidade. Então, qual delas será substancial depende totalmente da escolha, do contexto no qual a consciência as vê. Isso vai revolucionar a sociedade, como voce antecipou com sua pergunta. Em outras palavras, vamos levar nosso mundo interno muito mais a sério. Eu costumo dizer às pessoas que, se elas estudarem seus sonhos, o preconceito que costumamos ter é de que o sonho não é contínuo, portanto, de que adianta estudá-los? Há evidências de que os sonhos são contínuos, mas é preciso olhá-los sob o ponto de vista significativo. Alguns ficariam felizes com essa descoberta científica, de que os sonhos dão um relatório sobre a parte significativa das nossas vidas. Então, há outros aspectos da vida com os quais a ciência materialista não pode lidar e com os quais podemos lidar agora por colocar a consciência de volta, por exemplo, o pensamento. E, quando fazemos isso, nossa vida interna adquire uma enorme importância. Sim, a vida interna lida com o pensamento, a beleza, os arquétipos, de uma forma diferente que a vida externa, materialista, pode. E, focalizando na vida interna, não só podemos nos transformar, essa é a parte mística, mas também podemos ter enormes visões sobre o que criar, como criar, sobre nossas artes, sobre nossa música, até sobre a ciência.

Pierre Weil: Eu queria primeiro felicitar esse programa, Roda Viva, pelas iniciativas que está tomando. Eu quero dizer que é a primeira vez que eu vejo na televisão, problemas tratados no nível que merecem, na altitude que merecem, problemas como a parapsicologia, a psicologia transpessoal. Isso é feito graças a uma mudança de paradigma. E eu queria realçar de novo para o público telespectador que o que estamos tratando aqui tem uma influência muito grande sobre a destruição da vida no planeta e a grande crise de violência que está assolando atualmente o mundo, não é só o Brasil. Eu queria, já que estamos no fim do programa, deixar a oportunidade a Amit Goswami, que nós convidamos na nossa Universidade da Paz em Brasília, justamente porque ele representa um novo paradigma, como que o antigo paradigma é responsável pela violência atual do mundo, antiga visão que está responsável pela destruição da vida no planeta, e como o novo paradigma pode nos ajudar a nos tirar dessa crise, além de medidas policiais e de mudança de lei que são necessárias, mas são absolutamente insuficientes?

Amit Goswami: Obrigado. Acho muito importante dizer que, sem reconhecer a consciência e sem reconhecer o valor da nossa vida interna, sem reconhecer o valor da transformação, nunca mudaremos a violência na sociedade. Então, é muito importante ver que apenas pensando em não-violência, apenas falando dela, não deixaremos a violência. É preciso passar por todo o processo criativo. A nova Ciência, o novo paradigma, é extremamente importante porque sempre enfatiza a criatividade. Na velha Ciência, o determinismo e behaviorismo, essa idéia de que o condicionamento prevalece, nos cegou tanto quanto à transformação, nos cegou tanto que desistimos. Basicamente, os valores não eram necessários. Steve Weinberg disse que não há significado no universo, não há valores se o consenso é o julgamento dos cientistas materialistas, e isso ocorre dentro da sociedade, e o behaviorismo diz: “Não podemos fazer nada. Somos seres comportamentais, somos condicionados”. E a nova Ciência diz: “Não. Também há forças criativas dentro de nós. Basta aprender a agir a partir desse estado de consciência não-ordinário no qual voce tem escolhas”. E o meu novo lema, em vez do cartesiano “eu penso, logo existo”, e pensamento é uma condição behaviorista, meu novo lema é: “escolho, logo existo”. Se é “escolho, logo existo”, posso escolher a não-violência. Mas tenho de aprender como escolher, e isso exige criatividade. Essa é, realmente... a nova confiança do novo paradigma: em vez de escolher a metade condicionada do mundo, vamos dividir o mundo em condicionamento e criatividade. Forças do Bem e do Mal, das quais falamos antes. Podemos ser muito otimistas. Se essa mudança para o novo paradigma vier logo, talvez possamos realmente lidar com a violência de uma forma realmente prática, em vez de apenas verbalmente, como fazemos.

Carlos Ziller: Quando eu estava fazendo a minha leitura dos seus trabalhos, percebi um sentimento que eu compartilho, de um incômodo profundo com relação a algumas conclusões que emergem de determinados meios científicos. Vou dar só um exemplo, acho que o telespectador vai se lembrar, certamente. Há algum tempo atrás apareceu um resultado de um laboratório do EUA que falava da descoberta do gene da homossexualidade. Mais recentemente falou-se no gene da obesidade, e há toda uma série de conclusões desse tipo que não deixam de produzir, nos homens de bom senso, uma certa surpresa, e, contudo, mesmo em homens que são materialistas e bem convencidos, que não aceitam, rejeitam esse determinismo radical que emerge de alguns ambientes científicos, sobretudo norte-americanos. Há um materialismo que convive muito bem com o livre-arbítrio. Há um realismo filosófico que convive muito bem, sem muito inconveniente, com paradoxos, com contradições. Isso não é, digamos, o todo, do que se poderia chamar de “atividade científica”. Por fim, eu gostaria de fazer uma pergunta, e é a questão mais importante que eu teria a colocar, que emerge também de uma sensação que eu tive ao ler “O universo auto-consciente”. Eu tive a sensação de retornar ao passado, aí sim uma viagem ao passado. Eu vi ali, arrumados, organizados de uma forma muito particular por voce, idéias e proposições que eu já havia conhecido em leituras, por exemplo, da obra do cardeal Nicolau de Cusa , grande pensador do século XV, que propôs que o universo era resultado de uma contração de Deus, e essa contração, enfim, não é o caso aqui de eu explanar essa filosofia. Mas esse tipo de pensamento, produziu, interagiu com concepções científicas do século XVI, do século XVII, com concepções que propunham que a divindade organizasse, ou enfim, propunha uma visão bastante parecida com essa, um projeto científico bastante parecido com esse que voce está propondo nesse seu livro. A humanidade passou por um processo muito longo, muito duro, para conseguir, digamos, não eliminar Deus da Ciência, mas pelo menos reduzir um pouco seu papel, esse processo foi longo e lento. Para concluir, como o senhor acredita poder convencer os cientistas desse seu projeto, depois de tanto esforço para conseguir criar uma noção de objetividade, de realidade, de realismo, com todos os exageros em alguns momentos, mas convencer esses homens depois de tanto esforço? O senhor imagina conseguir isso usando que gênero de recursos?

Amit Goswami: Eu acredito que as idéias se verificarão por si mesmas, serão confirmadas nos laboratórios e serão úteis. A ciência tem dois critérios fundamentais. Por isso Galileu é chamado de pai da ciência moderna, pois ele enunciou claramente esses dois critérios. Um é que a ciência deve ser verificável. Ela deve ser verificada experimentalmente. E a segunda idéia é que a ciência deve ser útil. No aspecto da verificação, já apresentei alguns experimentos a voces, pois o tempo é curto, não entrarei em outros experimentos, mas digo que há um número enorme de experimentos sendo realizados, graças à Parapsicologia e interessados em Parapsicologia. Mas também em Biologia, e a Medicina é uma grande área de verificação experimental de algumas de nossas idéias. Mas a questão da utilidade é a mais importante. Deepak Chopra ficou famoso por um livro que escreveu, chamado Cura Quântica, lançado há 10 anos. Ele começou a revolucionar a Medicina, de certa forma, pois há um fenômeno chamado “efeito placebo” para o qual os cientistas não têm explicação. E esse trabalho, que é muito semelhante à minha forma de pensar, e eu tenho lido trabalhos citando a conexão entre as nossas idéias... Mas veja as implicações disso. Se, de fato, houver cura quântica, se houver Medicina mental, o efeito da mente sobre a cura, então as pessoas serão de fato ajudadas, não apenas no campo da Psicologia, mas no campo da verdadeira saúde física. A saúde física real, que importa para muito mais pessoas do que a saúde mental, ainda não estamos esclarecidos o bastante para levar a saúde mental tão a sério. Mas todos se preocupam com a saúde física, levam muito a sério. É a aplicação da nova Ciência a essas áreas, especialmente na área da saúde, que vai trazer a revolução de que Deus é importante, a consciência é importante, a criatividade é importante, observar o livre-arbítrio e responsabilidade é importante, que temos um paradigma científico que pode unir todas essas coisas, trazê-las para junto da velha ciência e ter formas objetivas de proceder e prever. Será uma ciência previsível, poderá ser verificada e também será útil. Isso é o que mudará a percepção do público. A percepção dos cientistas, também. Obrigado.
Heródoto Barbeiro: Doutor Goswami, muito obrigado por vir.

Amit Goswami: Muito obrigado. Foi um prazer estar aqui.