4 de junho de 2011

A medida da distância

Por Débora Evangelista


Você pode entender que as relações precisam de um tempo, até a divindade possui seu processo de pralaya, o chamado sonho de Brahma, durante a sua manifestação. Porque as relações não haveriam de ter?
Você pode gostar de amor agarradinho, de amizade para sempre, de rotina, mas muitas vezes as trocas se tornam pouco significativas, rotineiras e a única maneira de entender isso é através do “menos é mais”.
Considerar que conhece muito bem alguém, poderá fazer com que sua visão sobre o outro esteja cristalizada. Não dando espaço para esta pessoa ser algo além do que ela é, na relação que vivencia junto a você, consequentemente você terá a obrigação de ser sempre o mesmo, o que é humanamente impossível e insuportável, a não ser que se use a mentira ou a omissão.
Quando você começa a criticar a postura de alguém, evita a comunicação, não suporta mais ouvir as mesmices, perdeu a naturalidade e o prazer em estar junto, é porque o prazo de validade ou o excesso de convivência estão dando sinais.
E os sinais significam que muitas vezes é preciso dar um passo, dar a “distância” como acontecia na fila da escola, para não encavalar e desordenar o fluxo, a ordem das coisas.
A maioria de nós faz o contrário, tenta colar, suprir, rechear as relações com atitudes diferentes, a fim de preservar o que não precisa ser preservado, mas simplesmente transformado.
Muitas vezes a medida da distância, é o tempo de perceber com menos envolvimento a importância de uma determinada relação seja a sua relação com o outro ou consigo mesmo. Fique atento!