21 de janeiro de 2009








JULGAMENTO
“Não julgueis para não seres julgado”

por: Débora Roberta Evangelista



Existe um estudo que diz que temos mais de 90000 pensamentos por dia. Ora, isso eu já escrevi em um outro texto deste mesmo blog. Mas vale a pena lembrar disso o tempo todo e perceber o quanto é importante trabalhar a meditação e o não julgamento.
Nossa mente concreta é naturalmente seletiva. Ela seleciona o tempo todo os acontecimentos, classificando as situações e fazendo análises sobre o meio. A maioria deles, nós não registramos conscientemente. Porém alguns fatos ocorridos nos causam tamanha irritação ou perplexidade que perpetuamos a cena em nossas mentes e invariavelmente contamos a alguém afim de que nossa visão seja justificada.
Cuidado pois essa análise, quase que sem exceção, sempre torna-se um julgamento. E o julgamento é a crítica que diz o que é certo e o que é errado a partir dos próprios pressupostos. Por isso, o julgamento nos torna vítimas de nossas próprias projeções sobre os outros.
Quando julgamos, imediatamente trazemos a mesma situação para a nossa realidade e portanto, passamos a nos avaliar a partir dos pressupostos que definimos para tais cenários, pois agora aquela situação nos envolveu e passa a fazer parte de nossa realidade.
Porém o que ocorre com freqüência é que quando passamos pela mesma situação, nos obrigamos a responder a partir daquilo que consideramos permitido, a partir de uma memória definida sobre aquela situação e sobre o julgamento que fizemos.
Mesmo que tentados a fazer como o outro fez – e pasme! criticamos o outro por isso - agora sentimos na pele os porquês do outro mas limitamos a nossa performance, porque sentimos a obrigação de manter nossa palavra, ou nossa conduta dentro de uma norma que pré estabelecemos lá no passado.
Complexo não? Portanto, para simplificar basta antes de julgar ou acusar, lembrar-se de que cada experiência é sempre algo muito pessoal e que cada um sabe e deve se responsabilizar-se sobre seus atos.
Como dizia o poeta: “Cada um sabe a dor e a beleza de ser o que é”.
Amanhã eu vou escrever sobre os acordos e contratos que fazemos conosco e com os outros. Essa é outra armadilha, prima-irmã do julgamento. Esses acordos velados nos causam um desgaste enorme pois tentamos mantê-los sem necessidade.