6 de fevereiro de 2009


Lúcifer
A Estrela da Manhã

por: Débora Roberta Evangelista
Corroborando outras opiniões, o Glossário Teosófico de Helena Blavatsky diz que Lúcifer é a Estrela da Manhã, o planeta Vênus, e literalmente a palavra significa O Portador da Luz. Rejeita a atribuição a Lúcifer dos defeitos do orgulho e da arrogância que o cristianismo lhe imputou, nem diz que ele é a origem do mal e tampouco o identifica com o diabo e similares, que considera produtos apenas da imaginação humana sem existência autônoma real. Blavatsky faz notar, como já foi dito acima, que o próprio Cristo, no Apocalipse (cap. XX, 16) chama a si mesmo de "Estrela da Manhã". Mas o nome também esconde uma multiplicidade de significados alegóricos, dos quais talvez o mais importante é sua identificação com Manas, a Mente dual, a inteligência espiritual que habita em todos os homens, que tanto condescende voluntariamente em cair na matéria como é o agente que foge por si mesmo da animalidade e resgata-se para uma vida superior, sendo ao mesmo tempo o Tentador e o verdadeiro Redentor interno de cada um.


Quando percebermos o enorme jogo de palavras e espelhos que nossa humanidade está enredada, e quando estivermos fartos de todos os paradigmas religiosos e místicos, então um novo tipo de humanidade nascerá, apta a cumprir a sua real missão que, longe de necessitar salvar-se deverá apenas reconhecer-se. Concluímos que a armadilha seja acreditar que justamente a energia que poderia ser a do redentor interno de cada um de nós, tem sido traduzida e considerada como a origem de todo o mal, pois ela vem como uma rebeldia que tenta o ser humano a libertar-se do julgo da culpa e do medo.
Aqui, não se trata de martirizar ou salvaguardar Lúcifer, mas de entender como se procedem as alegorias e os arquétipos e como eles foram manipulados por diversos interesses e grupos poderosos baseados no pensamento do ego, na exploração do ser humano e na luta pelo poder.
Guardar para si mesmo as fontes e sabedoria para manipular a massa ingênua e ignorante foi a estratégia usada durante milênios por determinados grupos.
Orar e vigiar é importante neste ciclo, afinal nem tudo que reluz é ouro e nada é o que parece ser.