22 de dezembro de 2008


Amor e Rigor
por: Débora Roberta Evangelista


A balança que equilibra as leis que regem nossa humanidade possui em seus pratos duas medidas que precisam atingir o equilíbrio perfeito: o amor e o rigor.
É com o equilíbrio interno destes dois atributos é que cada pessoa poderá trilhar seu caminho produzindo ações criativas para sua evolução.
A maioria de nós possui um pensamento compartilhado coletivamente de que o amor é superior ao rigor. Mas eles na verdade são complementares e se auxiliam mutuamente para que possamos evoluir em conjunto.
No plano material, no aqui e agora, todas as coisas se manifestam através de polaridades. Temos o dia e a noite, o homem e a mulher, o céu e a terra, o yang e o yin da cultura chinesa, a expansão e o recolhimento.
Portanto, se buscarmos a unicidade sem levar em conta que nossa base é polar, não chegaremos a lugar algum, nem a uma conciliação com o outro, conosco ou com aquilo que determinamos como espiritualidade ou vontade de Deus.
A criação tem base ternária, existindo sempre a polaridade e uma terceira coisa que nasce dessa interação e concilia as partes aparentemente opostas, formando um conjunto harmônico.
O amor é complacente, doa, não pede de volta, sabe compreender e é a liga entre tudo o que existe. O rigor é exigente, justo, implacável, seleciona e separa o devido do indevido, ele faz cumprir a lei sem interseções.
O rigor é o princípio masculino, o pai, aquele que comanda a casa, que faz o trabalho duro, que aplica a justiça sem violência, mas com mão firme. O amor é o princípio feminino, que acolhe, que intercede, que se doa, que permite, que perdoa e tem compaixão. E o princípio do filho somos nós mesmos que experimentamos a vida a partir destas duas fontes de inspiração, manifestando nossos potenciais e oferecendo-os ao mundo.
Ao integrarmos os princípios masculino (yang) e feminino (yin) dentro de nós estaremos sem dúvida caminhando para relações mais harmoniosas com todas as pessoas, inclusive com nós mesmos.
Não devemos esquecer-nos de que na aferição da balança, sempre um dos pratos fica um pouco diferente do outro. É que no plano da manifestação nunca há um equilíbrio perfeito, um movimento sempre dá origem a um outro.

Sempre o prato do amor sobrepujará o do rigor, visto que o amor é o caminho que nos leva de volta para a Unidade.

Boa jornada!!