31 de março de 2011

Novelo


Por Débora Evangelista


Carol Gustav Jung, da psicologia analítica, nos deixou conceitos importantes, entre eles o do inconsciente coletivo e o processo de individuação. Talvez estes dois conceitos, tornem mais claras as percepções relacionadas ao ser humano e sua atuação como indivíduo, como cidadão do mundo e como ser espiritual em evolução.
Existe uma confusão entre estes níveis de atuação. Na verdade, os níveis se interpenetram o tempo todo, tornando laboriosa ao ser humano a função de entender algumas questões relacionadas ao próprio processo evolutivo no que se refere à sua própria auto –realização e ao processo coletivo de evolução.
Na maioria das vezes um esbarra no outro, trazendo profundas e importantes reflexões que, permeadas pelas crenças e modelos mentais - a maioria de ordem religiosa,polarizando Céu e Terra, homem e Deus - trazendo inúmeras outras variáveis a este cenário que é a vida no planeta Terra.
Esta dicotomia, aparentemente insolúvel, assenta-se em alguns pressupostos arcaicos da evolução atingida até agora através do medo. Os modelos mentais arraigados estão todos perpetuando tais condutas e nele há algo tão bem montado pelos equívocos compartilhados por milhares de gerações que antecederam a atualidade , que poucos foram os seres humanos ao longo da história e mesmo hoje, que ousaram levantar o véu da ignorância e perceber que debaixo dele não existia nada além de suas imagens baseadas em medos, culpas e projeções.
O primeiro equívoco trata-se de retirar o poder que cada ser humano tem de ser feliz e ter autonomia energética. Isso impede a evolução, impede a individuação, que é um processo onde cada ser humano encontra seus dons, talentos e singularidade, trabalhando suas limitações e trazendo sua luz, seu diferencial, seu Ser divino a si mesmo e aos outros.
Este foi um novelo de equívocos, com “nós” kármicos, que continuam a ser teatralizados pela humanidade. Desembaraçar este novelo é bem mais fácil do que se pensa, desde que, se encontre o próprio novelo, não querendo buscar os seus “nós” no do outro e nem deixando de fazer o seu trabalho para apenas auxiliar o outro. Aquele que conseguiu um pouco mais, pode auxiliar o outro, desde que não deixe a si mesmo.
Quando um homem se ilumina, um ponto se ilumina no inconsciente coletivo. Somente desta maneira podemos colaborar com a humanidade. Empenhe-se em sua auto-realização.