31 de março de 2009

Textos de Livros

Conversas...
A Mãe

Editora Shakti

Como iremos saber, perguntarão vocês, se é a Vontade Divina que nos faz agir? Não é difícil reconhecer a Vontade Divina. É inconfundível. Você pode conhecê-la sem estar muito longe no caminho. Deve apenas ouvir a sua voz, a vozinha que está aqui no coração. Quando você acostumar a ouví-la, qualquer coisa que faça contrária à Vontade Divina, sentirá um mal estar. Se persistir na trilha errada, você ficará muito perturbado. Se, entretanto, você der alguma justificativa material como causa de seu mal estar e prosseguir no seu caminho, você gradualmente perde a faculdade de percepção e finalmente continuará fazendo toda a espécie de coisas erradas, sem sentir nenhum desconforto. Mas se quando sentir a mais leve perturbação, você parar e perguntar a seu ser interior: " Qual a causa disso?", então você vai ter a resposta real e a coisa se torna bem clara. Não tente dar uma desculpa material quando você sentir uma pequena depressão ou uma ligeira perturbação. Quando parar e procurar pela razão, seja absolutamente direto e sincero. A princípio sua mente construirá uma explicação muito plausível e bela. Não a aceite, mas procure além e pergunte: " O que está por trás deste movimento? Por que estou fazendo isso?" Finalmente v. descobrirá, escondida num canto, uma pequena agitação - um ligeiro desvio ou deformação de sua atitude, que está provocando o problema ou a perturbação.
Uma das formas mais comuns de ambição é a idéia de servir à humanidade.Todo apego a esta idéia de serviço ou trabalho é sinal de ambição pessoal. O Guru acredita que tem a grande verdade para ensinar à humanidade e quer muitos discípulos, e que se sente desconsolado quando vão embora, agarra qualquer um que vem e tenta fazê-lo seu discípulo, evidentemente está seguindo apenas sua ambição. Você deve ser capaz, se estiver pronto para seguir a ordem Divina, de assumir qualquer trabalho que lhe seja dado, mesmo o mais assombroso, e de deixá-lo no dia seguinte com a mesma tranquilidade com que o aceitou, e sem sentir que a responsabilidade seja sua. Não deveria haver nenhum apego - a nenhum objeto ou nenhum modo de vida. Você deve ser absolutamente livre. Se v. quiser ter a verdadeira atitude yóguica, deve estar pronto para aceitar qualquer coisa que vier do Divino e largá-la facilmente e sem tristeza. A atitude do asceta que diz: " Não quero nada" e a atitude do homem do mundo que diz: " Quero esta coisa" são iguais. Um pode estar tão apegado á sua renúncia quanto outro á sua possessão.
Você pode facilmente saber quando uma coisa vem do Divino. Você se sente livre, você se sente à vontade, v.está em paz. mas se alguma coisa se apresenta e você salta sobre ela e grita: " Oh! Até que enfim eu consegui!", então v pode estar certo de que ela não vem do Divino. Equanimidade é a condição essencial para união e comunhão com o Divino.