A casa que está pegando fogo
Escritor e poeta alemão, Bertold Brecht (1898-1956) escreveu sobre Buda o seguinte apólogo:
Gautama, o Buda, ensinava a seus alunos a existência da “roda dos desejos”, a qual todos os homens estão acorrentados. Eles deviam, portanto, renunciar a seus desejos a fim de que, libertos de todos eles, pudessem entrar no Nada, ou Nirvana.
Um dia, um de seus alunos lhe perguntou:
“O que é o Nada mestre? Segundo dizes, deveríamos renunciar a todos os nossos desejos. Mas diz-nos, pois, se o Nada no qual penetraremos pode ser comparado ao fato de estar unido a toda criação, como por exemplo, alguém que estivesse preguiçosamente deitado na água sem refletir, pode sentir-se em união com a natureza, ou quem, sem perceber, puxa sobre uma coberta e logo mergulha no sono. O Nada é alguma coisa feliz, um bom Nada, ou não passa de um Nada frio, vazio e sem nenhum significado?”
Buda ficou muito tempo em silêncio e depois respondeu, negligentemente: “Não existe resposta para a tua pergunta”
Mas à noite, quando todos os que faziam perguntas já haviam partido, Buda ainda se ocupava de alguns alunos que ainda estavam preocupados com a pergunta que havia sido feita, e lhes disse:
“Há pouco tempo vi uma casa pegando fogo. As chamas saíam para fora do teto. Cheguei perto e observei que ainda havia pessoas lá dentro. No entanto, elas não demonstravam Ter nenhuma pressa e uma delas até me perguntou, com suas sombrancelhas que já estavam vermelhas de calor, como estava o tempo aqui fora: se estava chovendo, se havia uma tempestade e assim por diante. Sem responder, saí pensando que com certeza estes homens iriam queimar-se antes de parar de fazer perguntas. Na realidade, meus amigos, para quem o chão ainda não ficou tão quente debaixo de seus pés a ponto de preferir deixar o lugar onde está, eu não tenho nada a dizer”.
Assim falava Gautama, o Buda.
Escritor e poeta alemão, Bertold Brecht (1898-1956) escreveu sobre Buda o seguinte apólogo:
Gautama, o Buda, ensinava a seus alunos a existência da “roda dos desejos”, a qual todos os homens estão acorrentados. Eles deviam, portanto, renunciar a seus desejos a fim de que, libertos de todos eles, pudessem entrar no Nada, ou Nirvana.
Um dia, um de seus alunos lhe perguntou:
“O que é o Nada mestre? Segundo dizes, deveríamos renunciar a todos os nossos desejos. Mas diz-nos, pois, se o Nada no qual penetraremos pode ser comparado ao fato de estar unido a toda criação, como por exemplo, alguém que estivesse preguiçosamente deitado na água sem refletir, pode sentir-se em união com a natureza, ou quem, sem perceber, puxa sobre uma coberta e logo mergulha no sono. O Nada é alguma coisa feliz, um bom Nada, ou não passa de um Nada frio, vazio e sem nenhum significado?”
Buda ficou muito tempo em silêncio e depois respondeu, negligentemente: “Não existe resposta para a tua pergunta”
Mas à noite, quando todos os que faziam perguntas já haviam partido, Buda ainda se ocupava de alguns alunos que ainda estavam preocupados com a pergunta que havia sido feita, e lhes disse:
“Há pouco tempo vi uma casa pegando fogo. As chamas saíam para fora do teto. Cheguei perto e observei que ainda havia pessoas lá dentro. No entanto, elas não demonstravam Ter nenhuma pressa e uma delas até me perguntou, com suas sombrancelhas que já estavam vermelhas de calor, como estava o tempo aqui fora: se estava chovendo, se havia uma tempestade e assim por diante. Sem responder, saí pensando que com certeza estes homens iriam queimar-se antes de parar de fazer perguntas. Na realidade, meus amigos, para quem o chão ainda não ficou tão quente debaixo de seus pés a ponto de preferir deixar o lugar onde está, eu não tenho nada a dizer”.
Assim falava Gautama, o Buda.
