20 de julho de 2016



A Criança Divina
por Débora Evangelista






Os relacionamentos humanos são complexos porque entre eles sempre existem as vontades pessoais que desejam ser satisfeitas a qualquer custo. A maioria das pessoas considera que necessitam de aprovação ou permissão do outro para que as suas vontades e sonhos possam ser realizados. Existe um posicionamento quase infantil que torna o outro um “não semelhante”, mas um alguém “mais poderoso”. O sentimento de aparente desigualdade pode ser um entendimento equivocado sobre as hierarquias e ordens do amor que normalmente têm sua origem na matriz familiar herdada. Dependendo de como estas relações se estabeleceram podem existir muitos conteúdos relacionados a esta família que influenciam a sua forma de agir e se relacionar. Então, quando algo não dá certo e não acontece como a sua vontade, a criança ferida reaparece e chora e esperneia, pois não sabe lidar com as suas frustrações cujas raízes encontram-se em um passado bastante remoto. Então, aquele aspecto manhoso, mimado, rabugento, magoado e muitas vezes cruel que uma criança ferida pode apresentar busca seus recursos para ver seu desejo atendido. O mestre diz que é preciso observar este aspecto da criança ferida e os conteúdos que dela derivam na vida adulta. Acredite, esta criança é você mesmo, tenha sido você rotulado na infância como um anjinho ou uma pestinha. É preciso acolher esta criança e entender as suas carências e histórias mal resolvidas. Este processo pode ser doloroso, mas vai permitir perdoar as histórias, compreender a família, liberar toda a carga emocional e repertórios sobre as situações não resolvidas ou veladas. Quando você trabalha a sua linha do tempo, trazendo à tona memórias infantis, você libera os conteúdos e as impressões equivocadas, dá atualidade às histórias, reverte padrões, cura a sua linhagem e descendência. Ao permitir que a sua consciência de adulto acolha, proteja e a libere estas memórias, você recebe de presente o resgate da felicidade genuína de poder ser um “ser divino” em um mundo humano. Assim, a criança ferida pode tornar-se o que ela realmente sempre foi e sempre será: uma criança divina! Que a paz, a luz, a inocência, a rebeldia divina e o espírito investigativo da criança sejam seu Norte. E que todas as histórias possam ser transformadas em luz e muita alegria! Lindo dia!



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