A Criança Divina
por Débora Evangelista
Os relacionamentos humanos são complexos porque entre eles
sempre existem as vontades pessoais que desejam ser satisfeitas a qualquer
custo. A maioria das pessoas considera que necessitam de aprovação ou permissão
do outro para que as suas vontades e sonhos possam ser realizados. Existe um
posicionamento quase infantil que torna o outro um “não semelhante”, mas um
alguém “mais poderoso”. O sentimento de aparente desigualdade pode ser um entendimento
equivocado sobre as hierarquias e ordens do amor que normalmente têm sua origem
na matriz familiar herdada. Dependendo de como estas relações se estabeleceram
podem existir muitos conteúdos relacionados a esta família que influenciam a
sua forma de agir e se relacionar. Então, quando algo não dá certo e não
acontece como a sua vontade, a criança ferida reaparece e chora e esperneia,
pois não sabe lidar com as suas frustrações cujas raízes encontram-se em um
passado bastante remoto. Então, aquele aspecto manhoso, mimado, rabugento,
magoado e muitas vezes cruel que uma criança ferida pode apresentar busca seus recursos
para ver seu desejo atendido. O mestre diz que é preciso observar este aspecto
da criança ferida e os conteúdos que dela derivam na vida adulta. Acredite,
esta criança é você mesmo, tenha sido você rotulado na infância como um anjinho
ou uma pestinha. É preciso acolher esta criança e entender as suas carências e
histórias mal resolvidas. Este processo pode ser doloroso, mas vai permitir
perdoar as histórias, compreender a família, liberar toda a carga emocional e
repertórios sobre as situações não resolvidas ou veladas. Quando você trabalha
a sua linha do tempo, trazendo à tona memórias infantis, você libera os
conteúdos e as impressões equivocadas, dá atualidade às histórias, reverte
padrões, cura a sua linhagem e descendência. Ao permitir que a sua consciência
de adulto acolha, proteja e a libere estas memórias, você recebe de presente o
resgate da felicidade genuína de poder ser um “ser divino” em um mundo humano.
Assim, a criança ferida pode tornar-se o que ela realmente sempre foi e sempre
será: uma criança divina! Que a paz, a luz, a inocência, a rebeldia divina e o
espírito investigativo da criança sejam seu Norte. E que todas as histórias
possam ser transformadas em luz e muita alegria! Lindo dia!
www.deboraevangelista.com.br
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