Lixo psíquico 
Por Débora Evangelista

Quando você olha apenas para o pequeno, para as coisas que não acontecem, para as histórias que não viveu e considera que seria mais feliz se as tivesse vivido... Quando você sente um inexplicável senso de fracasso ou de inadequação não vendo sentido nas coisas...Quando você sente que perdeu o controle e tenta com isto refazer as conexões que foram desfeitas pela vida contrariando o ciclo... Quando você e apenas você é dono da razão e tem todas as justificativas para permanecer assim... Quando você fica acompanhando alguém que admira ou alguém que detesta e sente prazer em ver o outro envolvido em problemas semelhantes aos seus apenas para parecer estar certo ou para sentir-se melhor... Quando você critica o mundo mas secretamente sabe que possui os mesmos comportamentos que o criticado, mas finge para si mesmo não saber... Quando você cede às circunstâncias e permite que elas conduzam sua vida em busca de reconhecimento, quando você se deixa levar pela procrastinação e adia mais um dia agir em harmonia com algo que o liberte... Quando você compete com a vida sentindo como se apenas valesse estar o primeiro lugar e ter poder... Quando o poder é mais importante que as pessoas que você ama... Quando você se apega tanto que fica difícil libertar o outro ou do outro e viver...Quando você ataca ou usa de violência para proteger-se... Estes estados e muitos outros são reflexos de uma profunda desconexão consigo mesmo e com o propósito de vida. São aspectos ligados ao sofrimento, à baixa autoestima, à crenças pessoais equivocadas. São comportamentos herdados, são estados mentais que parecem ser reflexos da modernidade mas que existem há séculos e que surgem a cada época com muitos nomes diferentes. Eles expressam comportamentos que podem levar você ou a adoecer ou à decisão de transformar, reconectar e reconhecer a sua essência. Escolher transformar significa permitir-se fluir, mudar, pensar muito além do previsto, do aprendido e do considerado ideal respeitando o seu tempo de fazer isto. Significa ter coragem para abraçar a sombra, a dor e a insatisfação para caminhar ao encontro de sua luz. Adoecer significa continuar a identificar-se com o sofrimento, manter as coisas como estão, não aceitar ajuda, permanecer em um eu idealizado que não traz felicidade. Permita que o silêncio, a meditação e a o trabalho interno dissolvam os aspectos dissonantes e procure caminhar para uma reforma intima. Muito deste lixo psíquico foi acumulado pela humanidade ao longo dos tempos e você pode estar compartilhando dele. Libertar-se das heranças de ódio, dor e sofrimento podem trazer a cura e a percepção de que você é essencialmente um ser livre, saudável e predestinado a ser feliz. Permita que os atributos de paz, amor, luz, liberação, saúde e quietude sejam manifestados e que lhe tragam a percepção de que a vida é um presente divino e é mantida por uma ordem maior que as suas próprias e pequenas visões. Aprenda a usar as suas dificuldades como sinais do que precisa ser resolvido. Acesse a inteligência superior que existe em você e permita banhar-se nas águas puras que o oceano das infinitas possibilidades e potencialidades reconhecendo a sua condição de ser integrado e feliz. Lindo dia! 

www.deboraevangelista.com.br