O lar fica ali, aonde mora o coração
por Debora Evangelista
A família é um dos temas mais controvertidos da atualidade e
de todos os tempos. É neste cenário aparentemente seguro, que tem suas próprias
leis e regras, que toda pessoa inicia seu processo de vida. Independente do
tipo de família de origem, independente de quem o tenha criado, a família
sempre oferece inúmeras lições sobre convivência, perdão e amor. Entender esta
oportunidade de aprendizagem é essencial para aproveitar o que dela existe de
melhor. A matriz da ancestralidade sempre está presente. Herda-se não somente
um biótipo, mas também as crenças mentais e emocionais oferecidas como herança
ao mais novo integrante da família, o próximo na linhagem familiar. Toda
criança, recebe esta bagagem ancestral para somar às suas próprias experiências
durante a vida. Olhar para a família além dos vínculos hereditários e
hierárquicos é um processo vital para entender e liberar padrões inconscientes
registrados. É salutar observar que além do papel que os familiares
desempenham, eles são seres humanos em evolução com necessidades diferentes
daquelas ditadas pela sociedade como as mais convenientes sobre como ser um bom
pai, uma boa mãe, um bom filho ou qualquer parentesco. Este olhar significa
entrar em contato com a essência do outro e perceber o que existe além dos
dramas de controle combinados. Nas dificuldades e desafios que uma família
sofre, muitas vezes os papéis são trocados, como por exemplo, em uma família
onde falta o pai, um dos filhos pode assumir este papel, tomando para si o
controle da casa em detrimento de seus próprios desejos e sonhos. É natural que
a estrutura familiar busque compensações para manter seu equilíbrio estrutural.
O que não é natural ou saudável é que esta teia de mal entendidos e toda ordem
de sentimentos bem peculiares nos cenários mais íntimos acabe por bloquear
todas as possibilidades de expressão dos seres que compõem este núcleo. É no
lar, nos limites da casa que os dramas a as alegrias se intercambiam, muitas
vezes por gerações. Este observar os laços familiares para além do pequeno
núcleo provoca espaços para a cura dos relacionamentos, para um ordenamento dos
afetos e das questões veladas e mal resolvidas. Ao trazer à tona as histórias e
liberar os condicionamentos nocivos na linha do tempo, liberando as emoções
represadas, liberando as coisas não ditas e os segredos guardados ocorre grande
transformação. Não somente os problemas "de casa" serão compreendidos
e liberados, bem como todos os outros vividos socialmente que sofrem da
projeção dos padrões adquiridos na primeira infância. É preciso encontrar um
espaço livre para fluir para além dos papéis impostos, projetados e adquiridos
em família. Este espaço deve honrar o ser humano em um belo processo de
reconhecimento, de essência para essência. Será neste lugar, no coração, que a
linguagem deixará de ser condicionada para ser verdadeira. O mestre xamã sempre
diz, que lar fica ali, aonde está o coração. De posse desta verdade aonde você
for encontrará um irmão, um lar e oportunidades de compartilhar afeto, respeito
e amor. Em família ou além da pequena família. Somos todos um! Lindo dia!
Terapias Life Coach
www.deboraevangelista.com.br
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